A pianista Maria João Pires celebra 70 anos em julho e a data é assinalada pelas editoras discográficas Deutsche Gramophon e Erato Recordings com edições especiais. A alemã Deutsche Gramophon edita este mês uma caixa, com vinte CD, que reúne todas as gravações a solo da artista portuguesa para a etiqueta.
Somando mais de vinte horas de gravações, a caixa apresenta interpretações de obras de composições de Wolfgang Amadeus Mozart, Frédéric Chopin, Ludwig van Beethoven, Franz Schubert, Johannes Brahms, Robert Schumann e Johann Sebastian Bach.
A edição inclui as primeiras gravações que Maria João Pires fez para a Deutsche Gramophon – sonatas de Schubert e Mozart – depois de ter assinado um contrato de exclusividade com a editora em 1989, ano em que ganhou o Prémio Pessoa.
Associando-se também ao 70º. aniversário de Maria João Pires, a editora Erato Recordings – incluída no grupo Warner – edita este mês uma caixa com 17 CD, composta pelas gravações que a pianista fez para a etiqueta entre 1972 e 1987, o período que antecedeu a relação com a Deutsche Gramophon.
Esta edição especial – cujo repertório inclui praticamente os mesmos compositores registados na caixa da Deutsche Gramophon – inclui solos, duetos e atuações ao vivo.
Considerando que Maria João Pires foi “uma das artistas que definiu o catálogo da Erato nos anos 1970 e 1980”, a etiqueta destaca nesta edição as parcerias da pianista portuguesa com o pianista turco Hüseyin Sermet (nos duetos de Schubert) e com os maestros Michel Corboz, Armin Jordan, Claudio Scimone e Theodor Guschlbauer.
Maria João Pires nasceu em Lisboa a 23 de julho de 1944. É a mais internacional e reputada das pianistas portuguesas, com um percurso artístico que remonta a finais dos anos 1940, quando se apresentou pela primeira vez em público com quatro anos.
Entre os prémios conquistados pelo talento artístico contam-se o primeiro prémio do concurso internacional Beethoven (1970), o prémio do Conselho Internacional da Música, pertencente à UNESCO, (1970) e o Prémio Pessoa (1989).
Tocou com as mais importantes orquestras e nas mais relevantes salas de espetáculos do mundo e fundou o projeto artístico Associação Belgais, que fechou portas em 2009. Em 2010, a pianista adquiriu nacionalidade brasileira.
Numa entrevista ao jornal espanhol “El Pais” em 2011, Maria João Pires afirmou que gostaria de se retirar dos palcos até 2014. “Eu e o meu agente fixámos uma data: 2014, que é quando cumpro 70 anos”, disse.