Depois da teoria, a certeza: Existe mesmo uma ligação entre a solidão e a doença de Alzheimer. Esta é a ideia defendida no mais recente estudo da Universidade de Harvard, que revela que as pessoas que sofrem de declínio cognitivo são as que estão (ou estiveram) mais predispostas à solidão.
Neste estudo participaram 79 pessoas na casa dos 76 anos e sem qualquer sinal de problemas de memória. Todos os participantes tiveram que responder a questionários sobre a vida pessoal e social enquanto os seus cérebros eram monitorizados por scanner, de forma a detetar a presença/ausência de amilóide cortical, um tipo de proteína que atua como percursor da doença de Alzheimer.
Segundo os resultados obtidos na investigação, e revelados pela Health, a tendência para o isolamento social – e a consequente vontade de estar sozinho – pode ser um indicador claro de que o cérebro está a sofrer alterações, muitas delas associadas à doença de Alzheimer. E isto porque as pessoas com a presença desta proteína precursora (32% dos participantes) mostrou-se 7,5 vezes mais propensas a classificarem-se como isoladas quando comparadas com aquelas cujos scanners revelaram a ausência de amilóide cortical.
E se esta ligação é já notória e assustadora por si só, o estudo revela ainda que existe uma forte ligação entre a variante do gene APOE4 e a sensação de solidão. Este gene está estritamente ligado ao aparecimento de Alzheimer.