Saúde & bem-estar

Portugueses entre os europeus com mais receio de acidentes e erros nos hospitais

Mais de sete em cada 10 portugueses (75%) consideram provável sofrer algum incidente adverso nos cuidados de saúde, no que consiste a terceira percentagem mais elevada da Europa, revela um Eurobarómetro divulgado a propósito de um balanço das medidas tomadas pelos estados-membros para reforçar a segurança dos doentes.

Portugal surge mesmo como o país onde a ideia de que é provável sofrer algum tipo de incidente adverso nos cuidados de saúde – como uma infeção hospitalar, um erro na medicação ou no tratamento – mais aumentou em relação aos resultados de 2009, estando apenas atrás do Chipre e da Grécia.

Apesar dos receios de danos causados em contexto hospitalar, os portugueses estão entre os que experienciam menos incidentes adversos.

Na resposta ao inquérito, que decorreu entre novembro e dezembro de 2013, 14% dos portugueses inquiridos admitiram já ter tido algum problema, pessoalmente ou na família, quando a média europeia foi de 27%.

A análise europeia estima que 8% a 12% dos doentes admitidos em hospitais da União Europeia sofram algum tipo de complicação inesperada, resultando 25% dos incidentes adversos de infeções hospitalares. Só estas afetarão 4,1 milhões de europeus, provocando 37 mil mortes por ano, dados que não estão especificados por país.

Os resultados do Eurobarómetro, que repetiu um questionário realizado em 2009, mostram que os portugueses estão mais confiantes na qualidade dos cuidados de saúde prestados no país do que há quatro anos mas apenas cinco em cada dez considera que, no geral, a qualidade é boa – a média europeia é de 71%.

Mas em paralelo com o aumento da satisfação, parece ter aumentado o pessimismo, embora Portugal surja no panorama europeu como o quarto em que os inquiridos experienciaram menos incidentes adversos. Na Suécia, na Dinamarca e na Holanda a percentagem de inquiridos que disseram ter tido problemas ronda os 50%, quase quatro vezes mais.

Embora aparentemente ocorram menos vezes, o país surge depois como um daqueles em que as situações são menos reportadas pelos lesados. Só 20% dos portugueses que passaram por uma situação destas fizeram queixa a algum tipo de instituição, quando na Europa quase cinco em cada dez o faz.

medico1