A conclusão é de uma pesquisa científica que apurou que ter uma atitude profissional dominante compensa, muito especialmente para eles. Já no caso das mulheres, quanto mais simpática e agradável for no local de trabalho, menos ganha.
A investigação, feita em parceria pelas universidades israelitas de Telavive e de Haifa e pela Universidade de Tilburg, na Holanda, debruçou-se sobre as diferenças de estatuto entre homens e mulheres, com base nas características que são tipicamente atribuídas a uns e a outras.
A conclusão é que as “mulheres dominantes e assertivas, que expressam claramente as suas expectativas e não recuam nas suas exigências”, isto é, que têm comportamentos considerados típicos dos homens, são “compensadas” com melhores salários do que as mulheres que se revelam mais acomodadas e mais simpáticas.
“Quanto mais dominante a mulher no trabalho, menos provável é que seja prejudicada no estatuto”, afiança Renee de Reuver, investigadora do Departamento de Estudos em Recursos Humanos da Universidade de Tilburg, na nota de imprensa.
O estudo baseou-se em inquéritos realizados a 375 homens e mulheres de uma empresa de eletrónica holandesa com 1390 funcionários.
Os investigadores analisaram os respectivos cargos, formação académica e dados de produtividade, em comparação com os seus ordenados e as estatísticas de promoção, e também tiveram em conta como é que cada indivíduo percebia a sua educação, experiência e performance em relação ao seu salário e cargo.
“Os homens que expressaram traços não congruentes com o género, nomeadamente condescendência, experimentaram um efeito de retrocesso objetivo em comparação com homens dominantes, enquanto mulheres que expressaram traços não congruentes com o género, nomeadamente domínio, não experimentaram um efeito de retrocesso em comparação com mulheres agradáveis”, conclui-se no estudo publicado no ‘European Journal of Work and Organizational Psychology’.
Mas mesmo as mulheres dominantes recebem menos do que os homens.
“As mulheres foram consistentemente e objetivamente prejudicadas no estatuto, o que significa que investem mais delas nos seus empregos do que recebem; e são compensadas menos do que os seus colegas masculinos”, constata por sua vez Michal Biron, outro investigador envolvido no estudo que pertence ao Departamento de Administração de Negócios da Universidade de Haifa.
“Os dados mostram que elas ganham o mínimo – muito menos do que merecem. E racionalizam a situação, fazendo com que seja menos provável que façam as exigências adequadas por um pagamento igualitário”, constata Sharon Toker, da Escola de Gestão de Negócios da Universidade de Telavive.