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Corpo de Mário Soares transportado no mesmo armão de Sophia de Mello Breyner e Eusébio

Quando a urna do antigo Presidente da República e ex-Primeiro-Ministro chegar aos Paços do Concelho em Lisboa, pelas 11h30, depois de sair da casa de Mário Soares em Campo Grande, será transferida para um armão com escolta a cavalo da GNR até ao Mosteiro dos Jerónimos.

E o que é o armão? É uma charrete cerimonial, puxado por quatro cavalos brancos, e escoltada a cavalo por militares da Guarda Nacional Republicana.

O mesmo armão militar foi utilizado na trasladação da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen, em 2014, e de Eusébio, em 2015, para o Panteão Nacional.

Será no Mosteiro dos Jerónimos, destino final do armão esta segunda-feira e onde Mário Soares assinou o tratado de adesão à CEE, que decorrerá a cerimónia fúnebre. A urna está coberta com a bandeira nacional e todas as honras serão prestadas pelas sentinelas da GNR. O Presidente da República e o Presidente da Assembleia da República irão aguardar a sua chegada nos Jerónimos.

O corpo ficará em câmara ardente até à meia-noite de hoje, 9 de janeiro, na sala dos Azulejos.

Este é o primeiro funeral de Estado desde o 25 de abril de 1974. Não houve muitos mais desse género: o general Carmona e Salazar foram os últimos.

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Amanhã ouvir-se-à a voz de Mário Soares e Maria Barroso

Amanhã, terça-feira, a cerimónia fúnebre tem início às 13h00 nos Claustros, com a presença dos familiares e altas Individualidades portuguesas e estrangeiras. A urna será transportada por militares das Forças Armadas.

Ao som do Coro e Orquestra do Teatro Nacional de São Carlos, a sessão de homenagem começará ao som da voz do próprio Mário Soares, seguida de uma intervenção do seu filho João Soares, de uma gravação da voz de Maria Barroso e de uma intervenção da filha Isabel.

O primeiro-ministro António Costa fará uma intervenção por videoconferência, uma vez que se encontra numa visita de Estado à Índia. Também Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, e Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, irão discursar.

Dos Jerónimos, o cortejo seguirá para o cemitério dos Prazeres. A meio irá parar junto à Assembleia da República e à Fundação Mário Soares e em frente à sede do PS, no Largo do Rato.

À chegada ao cemitério estará um batalhão composto pelos três ramos das Forças Armadas. Um dos pelotões da guarda de honra executará tiros de salva.

Junto à capela realiza-se uma última homenagem, durante a qual será ouvida a voz de Mário Soares.

Quando a urna chegar ao jazigo, serão disparados 21 tiros de salva pela Marinha, a partir de uma embarcação fundeada no Tejo. Depois a cerimónia será apenas para a família.