Bastou enviar algumas mensagens pela aplicação WhatsApp num grupo que a médica tinha com colegas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul para a informação clínica da ex-primeira-dama brasileira se espalhar.
Refere uma reportagem de ‘O Globo’ que a reumatologista Gabriela Munhoz, de 31 anos, revelou – através das mensagens escritas – que Dona Marisa Letícia estava internada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico e que seria levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Tudo aconteceu horas depois do internamento e foi assim que todos souberam da notícia. Resultado? A profissional foi despedida.
Num comunicado enviado pela direção do hospital, a decisão deveu-se ao facto de “ter uma política rígida relacionada a privacidade de pacientes”, repudiando a quebra do sigilo por profissionais de saúde.
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) instaurou um inquérito para averiguar o que se passou. “A sindicância tramita em sigilo processual e, também, investigará supostas ofensas à ex-primeira-dama que teriam sido praticadas por médicos paulistas em redes sociais”, disse.
Segundo o Cremesp, de acordo com o Código de Ética Médica, é vedado ao médico “permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade”.
Ao passo que é proibido “liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua própria defesa”.
“No cenário de doentes ‘notáveis’, a informação para o público deve ocorrer por meio de boletim médico autorizado pelo paciente ou responsável”, salientou o Cremesp.
Marisa Letícia foi internada a 24 de janeiro. O mundo soube disso, mas depois Lula da Silva proibiu o hospital de divulgar boletins clínicos. O ex-presidente do Brasil acabou por usar a página de Facebook para informar, esta quinta-feira, que a sua mulher de há 43 anos estava em morte cerebral. Voltou a fazê-lo, esta sexta-feira, para anunciar a hora da morte.
