É preciso repensar a vida que vivemos. Repensar a cama onde dormimos, o prato onde comemos, a profissão que escolhemos. É preciso redimensionar o mundo onde nos inserimos, de modo a termos a certeza de que vivemos plenamente, vendo o outro, os outros, a nossa relação com o universo: o sol, a lua, as flores, os animais. Talvez seja para isso que existem os escritores: para nos desassossegarem, não deixando que o ser humano se acomode à simples condição em que existe.
Temos de nos repensar. E ao fazê-lo permitir que nos modifiquemos, caso não nos sintamos bem. Repensar a vida e não a viver simplesmente porque nascemos, mas para lhe dar sentido, ou melhor, dar-lhe o sentido certo, aquele para o qual nascemos. Porque cada um de nós nasceu com uma missão; descobri-la é uma tarefa que passa por um processo de reflexão para o qual nem todos estão preparados pelas mais variadas razões: porque se acomodaram, porque temem a mudança, porque não sabem o que querem ou estão divididos.
Repensar a vida é uma obrigação, pois um ser humano consciente é mais feliz e ao sê-lo faz os outros mais felizes também.
Lúcia Vaz Pedro