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Estas são as únicas duas pessoas que sabem os vencedores dos Óscares

Brian Cullinan e Martha Ruiz são sócios da empresa de serviços profissionais ‘PricewaterhouseCoopers’ (PwC) e também são as únicas duas pessoas que conhecem a lista de vencedores dos Óscares antes do resto do mundo. Cada um carrega uma mala com 24 envelopes, cada, no dia da cerimónia.

A entrega de prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas vai já na sua 89ª edição, sendo que em 83 delas foi a PwC a contar os votos. Brian e Martha contam com a ajuda de dois ‘supervisores’, não vá escreverem o nome errado no envelope.

“Eu sabia sobre o papel da PwC nos Óscares antes mesmo de me juntar à PwC há 32 anos. É surreal descer o tapete vermelho levando a pasta com os envelopes vencedores, fazendo entrevistas com a imprensa global e fazendo parte dessa linha de atores, atrizes, produtores e diretores bem conhecidos no tapete vermelho”, revelou Brian.

O processo de contagem de votos ainda é feito manualmente, apesar da votação de cada membro da Academia ser online. Cada decisão é passada para um papel para fazer a tabulação.

“Nós dividimos a contagem entre um número de membros da equipa de tal maneira que ninguém terá uma percentagem significativa do total. Eu e o Brian juntamos tudo para que possamos ver a contagem total de cada uma das categorias. Idealmente, nós gostamos de ter tudo terminado vários dias antes do espetáculo. Esse último dia é quando eu e o Brian vamos começar a memorizar os vencedores de cada categoria”, explicou Martha.

Depois do último prémio ser anunciado, Martha e o Brian encontram-se no palco e vão “beber algo muito rápido no Governors Ball”.

Ainda assim, depois de entregues os envelopes e respetivos Óscares, ainda há quem queira saber quem ficou em segundo lugar ou se a votação foi muito renhida. Nada disso é revelado. Até porque em março começam a trabalhar na edição do próximo ano.

Martha Ruiz e Brian Cullinan únicos a saber os vencedores dos Óscares 2

Vamos a previsões
Melhor Filme: ‘La La Land’ é favorito, até pelos prémios já atribuídos pelos sindicatos dos produtores e dos realizadores. ‘Ben Hur’ (1960), ‘Titanic’ (1998) e ‘O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei’ (2004) levaram 11 estatuetas. ‘La La Land’ tem 14 indicações e pode bater esse recorde. Mas nós achamos que não. Pelo contrário, deverá ser o derrotado da noite, ganhando apenas em categorias técnicas. A nossa aposta vai para ‘Manchester By The Sea’ ou ‘Moonlight’ (não esquecer a questão da raça e da inclusão, que a Academia gosta de premiar pontualmente para mostrar a sua posição).

Melhor Atriz: A mais cotada é Emma Stone, por ‘La La Land’, mesmo tendo as suas habilidades como cantora e dançarina questionadas por detratores. A francesa Isabelle Huppert venceu o César, o Óscar da França, e a última atriz estrangeira a levar um Óscar foi Marion Cotillard em 2008, por ‘Piaf’ (lá está, a Academia gosta sempre de um musical). Natalie Portman era a favorita pela sua performance como Jackie Kennedy, mas nem vai à cerimónia por estar grávida. Meryl Streep pode ganhar, até para ouvirmos o seu discurso anti-Trump. Ainda assim apostamos na Natalie.

Melhor Ator: É a categoria mais disputada. Casey Affleck era o grande favorito por ‘Manchester by the Sea’, mas as antigas acusações de assédio sexual podem prejudicá-lo. Denzel Washington deve levar a melhor, graças aos diálogos emotivos de ‘Vedações’ e ao facto de ser um filme sobre afro-americanos. Se ganhar, será a terceira vez que arrecada uma estatueta dourada. E dado que Viola Davis (Melhor Atriz Secundária) e Mahershala Ali (Melhor Ator Secundário) são os favoritos, seria uma ótima forma de acabar a noite (mais uma vez a questão da raça e inclusão que a Academia gosta de fazer passar para o exterior).

Melhor Realizador: Damien Chazelle pode-se tornar o mais jovem a levar esse prémio. Com 32 anos e um mês, tentou ser músico de jazz e fez ‘La La Land’ com uma ajudinha da namorada, da irmã e da ex-mulher. Mas Denis Villeneuve tem reunido, ultimamente, maior consenso pelo filme ‘Arrival’, o que – a confirmar-se a vitória – não deixa de ser uma das surpresas da noite.