“A distribuição dos Trumps – ‘Agora basta ser-se preto ou gay para ganhar Óscares'”, foi este o comentário deixado pelo fadista na sua página de Facebook esta segunda-feira e que ‘incendiou’ a internet.
Houve logo acusações de racismo e homofobia e, ainda que João Braga, de 71 anos, tivesse vindo a público explicar que foi “uma ironia” e uma “graçola” e já tenha vindo apagar a publicação, vai ter uma queixa em seu nome da SOS Racismo.
Para os responsáveis da organização não-governamental as “declarações racistas e homofóbicas de João Braga devem ser denunciadas e repudiadas”.
Num comunicado divulgado esta terça-feira, a SOS Racismo assegura que vai apresentar queixa junto da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR), cuja principal competência é o combate à discriminação racial, por considerar que, “no atual contexto político e com o crescimento de movimentos e discursos racistas”, as declarações de João Braga devem ser publicamente repudiadas.
Para os responsáveis pela ONG, João Braga, enquanto “ator social” tem responsabilidades acrescidas em não legitimar “preconceitos”. “A agressão não é opinião, o insulto não é opinião, o racismo não é opinião”, sublinha a SOS Racismo.
“Se tivesse algum problema com pretos ou com gays já se teria dado conta ao longo de todos estes anos. Era só que me faltava chegar a esta idade [71 anos] e dar para ser racista. Nunca fui racista ao longo da vida. E homofóbico ainda menos, pois tive amigos e amigas que são gays. Se calhar, no mundo do espetáculo, corria o risco de ficar a cantar sozinho. Nunca tive esse problema. Não tenho nada a ver com o que as pessoas fazem na sua vida privada”, confessou o fadista e compositor a uma publicação.
A 89ª edição da cerimónia dos Óscares consagrou como melhor filme do ano a obra ‘Moonlight’, que explora o crescimento de um jovem negro e homossexual em circunstâncias muito adversas.