Álbuns da Semana

Da fúria à comoção com passagem pelas músicas que atravessaram gerações

Começamos as nossas sugestões musicais para esta semana com fúria, muita fúria. Mas, calma, nós não estamos furiosos, nem queremos incutir esse estado de espírito nos nossos leitores. Curioso? Estamos apenas a falar de ‘Viva a Fúria’, o mais recente álbum de… Manuel Fúria e Os Náufragos.

Este foi, sem dúvida, um dos discos mais aguardados do ano em Portugal e já está nas lojas desde a passada sexta-feira (3). A apresentação do mesmo é feita esta quinta-feira (9) na Lux, em Lisboa. Quem adquiriu o álbum na FNAC assegurou também o bilhete para espetáculo que começa às 23 horas.

fúria

Paradoxalmente ao seu título, este trabalho foi gravado na tranquilidade de uma quinta minhota, no concelho de Guimarães, casa dos pais de Manuel Fúria. A capa apresenta uma imagem típica de uma banda popular portuguesa dos anos 80 do século passado, o conteúdo tem pop rock no seu estado puro.

Dos 10 dias de gravações saíram 11 novas canções, muita delas com letras em jeito de autobiografia de Manuel Fúria. ‘Aquele Grande Rio’ foi o terceiro single a ser antecipado e é o que lhe sugerimos ouvir desde já.

Os anos 80 do século passado foram, de facto, marcantes na música portuguesa. Foi também nessa década que surgiu uma banda que atravessou diversas gerações e que, nos dias de hoje, mantém o seu estatuto incólume.

Falamos do Grupo Novo Rock, conhecido pela sigla GNR, que tem em Rui Reininho o seu elemento mais mediático. A banda do Porto celebra 35 anos de vida e, às lojas, já chegou o álbum que foi feito com o intuito de assinalar a data.

gnr

‘Os Primeiros 35 Anos / Ao Vivo’ é o nome dado ao primeiro duplo CD + DVD da história do grupo. Este trabalho retrata uma espetáculo marcante para os GNR, perante um Campo Pequeno absolutamente esgotado, onde interpretaram 26 músicas do seu vasto reportório.

O grupo não esteve sozinho no palco e contou com interpretações de Isabel Silvestre no tema ‘Pronúncia do Norte’, Javier Andreu em ‘Sangue Oculto’ e ‘Quero Que Tudo Vá Pró Inferno’ e, ainda Rita Redshoes em ‘Homens Temporariamente Sós’ e ‘Dançar Sós’.

‘Valsa dos Detectives’ é a 12.ª faixa do primeiro CD e é precisamente esse o tema que lhe deixamos para ouvir.

Para fechar as nossas sugestões musicais da semana, saímos das fronteiras de Portugal e vamos até ao Reino Unido. Foi lá que nasceram dois dos mais importantes e influentes guitarristas acústicos de que há memória:

‘Joint Control’ é obra de John Renbourn, que faleceu em março de 2015, e Wizz Jones. Grandes amigos há mais de 50 anos e parceiros regulares nos últimos dois anos da vida de John, este álbum composto por 13 faixas reflete o respeito mútuo e a sintonia musical que os unia.

John & Wizz

O contexto em torno da gravação deste álbum chega a ser comovente, pois representa os acordes finais de John Renbourn. Grande parte dos temas foram feitos poucos dias antes da sua morte, motivada por um ataque cardíaco em sua casa, em Hawick, nas fronteiras da Escócia.

‘Joint Control’ é fundamentalmente uma viagem pelo tempo e história da música folk britânica, cujo arranque deu-se na década de 60 do século passado, mas que já engloba uma sonoridade totalmente fresca e contemporânea. E é precisamente isso que sobressai do tema que escolhemos para aguçar o apetite ao nosso leitor e que dá pelo nome de ‘Fresh as a Sweet Sunday Morning’. Confira: