Álbuns da Semana

Uma viagem pela música europeia com poderes curativos, mediáticos e tradicionais

Nasceu no norte do País de Gales e assegura que a sua personalidade absorveu muitas das características dessa população. No entanto, a dada altura da sua vida, radicou-se em Manchester, Inglaterra, e este seu álbum de estreia também mostra muito daquilo que lá viveu.

Kelly Lee Owens, a artista que dá o seu nome ao próprio disco, revela-se generosa, frontal e plena de vitalidade. E é precisamente isso que pode esperar deste seu trabalho acabado de chegar às lojas e que consegue situar-se, simultâneamente, dentro das linhas do pop e da música eletrónica.

KELLY

Mas há muito mais a retirar de ‘Kelly Lee Owens’, o álbum. Nele explora-se um leque de estados de espírito e ouvi-lo, tanto nos põe a dançar como a meditar.

No disco ‘mora’ também um sem número de vivências experienciadas pela sua autora que, antes de dedicar-se maioritariamente à música, pôs a sua generosidade ao serviço de quem mais precisa, em Inglaterra, onde se radicou para ser auxiliar de enfermagem numa clínica de tratamento do cancro.

Agora, considera que a música pode ser curativa. De resto, o nosso leitor pode encontrar no tema ‘Anxi’ a prova da veracidade das suas palavras e ganhar apetite para ouvir outros dos seus temas.

Por cá, por Portugal, é um músico com quatro décadas de carreira que continua a fazer furor. Falamos de Paulo Gonzo, que viu, na passada sexta-feira (24), mais um seu trabalho a chegar às lojas.

‘Diz-me’, segundo garante o seu próprio protagonista, é uma história de amor e perdição e conta com a colaboração de diversos músicos que dispensam apresentações, como são os casos de Boss AC ou, por exemplo, The Black Mamba. Quanto à produção, essa esteve a cargo do insuspeito Jack Daley que, entre outros, já trabalhou com Beyoncé ou Lenny Kravitz.

PAULO GONZO

Entre os convidados por Paulo Gonzo para este trabalho está ainda Raquel Tavares. É com ela que reparte a faixa que dá pelo nome de ‘Amor Maior’, aquela que é uma das mais conhecidas até ao momento, pela projeção que lhe é dada enquanto genérico da novela homónima, que passa na SIC.

Ainda assim, neste álbum, pode encontrar muitos mais temas daqueles que caracterizam o seu autor e o prendem às suas músicas. É o caso de ‘Sem Ti’, um tema cuja letra foi escrita pelo também conceituado Jorge Palma e que pode ver e ouvir de seguida. Em bom português…:

Para terminar as nossas sugestões da semana, passando a fronteira até Espanha para nos encontrarmos com Vicente Amigo, que é, aos 50 anos, um dos mais importantes guitarristas espanhóis de flamenco da actualidade.

O álbum que sucede a ‘Tierra’, de 2013, dá pelo nome de ‘Memoria de los Sentidos’ e surge focado no flamenco mais tradicional, embora o faça com a vivacidade de que o estilo goza nos dias de hoje.

VICENTE AMIGO

É com o tema ‘Amoralí’, una declaração de intenções, que Vicente Amigo abre este que é o oitavo disco da sua carreira profissional e que está nas lojas desde o passado dia 24 de fevereiro. Logo aí se percebe que em ‘Memoria de los Sentidos’, ao contrário dos trabalhos anteriores, não há jazz, nem tão-pouco folk. Lá encontra-se apenas e só a arte do flamenco.

É isso mesmo que pode extrair do vídeo que lhe sugerimos, com o tema, em medley, que dá nome ao álbum, e cujos sons o vão seguramente absorver. Tente resistir: