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Trabalho humanitário de Princesa Diana é evocado com emoção pelo filho

O filho mais novo de Diana de Gales continua a seguir os passos da mãe no sentido de erradicar as minas terrestres nos próximos oito anos. Harry esteve ontem à noite numa receção no Palácio de Kensington onde deu um discurso poderoso no âmbito da iniciativa ‘Landmine Free World 2025’.

O príncipe Harry recordou a mãe, que lutou contra o uso de minas terrestres em diversos países até ao ano da sua morte, em 1997.

“Há vinte anos, nos últimos meses de sua vida, a minha mãe fez campanha para chamar a atenção para o impacto horrendo e indiscriminado das minas terrestres”, disse Harry. “Ela visitou áreas afetadas como Huambo em Angola e Travnik na Bósnia. Ela ouviu como as pessoas nessas comunidades viviam no medo constante de que cada passo pode ser o seu último. Ela encontrou-se com aqueles que sofreram lesões para toda a vida como resultado das minas anti-pessoais, ela ouviu as suas histórias e ajudou a partilhá-las com o mundo”.

O filho mais novo de Diana e do príncipe Carlos de Inglaterra teve ainda a oportunidade de conhecer Malic e Žarko, dois homens bósnios, 20 anos depois da ‘Princesa do Povo’ os ter conhecido em crianças. Estes ficaram com as pernas mutiladas na sequência do rebentamento de uma mina.

“Quando a minha mãe disse adeus a Žarko naquele mês de agosto, poucas semanas antes da sua morte prematura, ela disse-lhe que ele não seria esquecido. Por favor, ajudem-me a manter a sua palavra para Žarko e Malic e outras pessoas como eles em todo o mundo, que ainda precisam de nós para terminar o trabalho e livrar o planeta das minas terrestres. Coletivamente temos o conhecimento, habilidade e recursos para alcançá-lo, por isso vamos deixar as futuras gerações orgulhosas”, discursou, emocionado.

Nas últimas duas décadas, 30 países foram declarados “livres de minas terrestres”, mas ainda há muito trabalho pela frente.

“Se a minha mãe estivesse aqui connosco hoje, ela não estaria disposta a aceitar qualquer crédito pelo facto de o Tratado de Ottawa ter sido assinado por 122 estados no mesmo ano das suas visitas a Angola e à Bósnia. Pelo contrário, ela teria aplaudido a indignação pública e a determinação daqueles que estão em posições de poder para acabar com o assassinato indiscriminado de civis. Ela teria aplaudido que, num momento de consciência global, o tratado colocasse no seu coração preocupações humanitárias e não militares”, continuou o jovem, “chocado” pelo facto de ainda existirem 60 milhões de pessoas a viverem com medo pela ameaça das minas terrestres.

O discurso foi feito depois do Secretário de Desenvolvimento Internacional, Priti Patel, anunciar que o governo estava a triplicar o montante que gasta em desativar as minas terrestres para 100 milhões de libras (117 milhões de euros).