Entregou-se esta quinta-feira à Polícia Judiciária de Lisboa e hoje, sábado, foi ouvido no Ministério Público, do Campus da Justiça, para aplicação de medidas de coação.
Luís Miguel Pina, principal suspeito do atropelamento mortal de Marco Ficini, junto ao Estádio da Luz, na madrugada de 22 de abril, vai aguardar julgamento em prisão preventiva, por haver perigo de fuga. O homem, de 35 anos, que prestou declarações durante cerca de uma hora e meia, está indiciado por um crime de homicídio qualificado e quatro de tentativa de homicídio.
Com ligações à claque No Name Boys, afeta ao Benfica, o alegado responsável pelo acidente que tirou a vida ao adepto italiano do Sporting andou foragido durante seis dias. O carro que conduzia quando colheu mortalmente Ficini foi encontrada pelas autoridades na Amadora e pertencia à namorada de Pina.
Pai de quatro filhos, Luís Pina tem antecedentes criminais por roubo, posse de estupefacientes e de arma proibida. Já foi condenado e ficou com pena suspensa.
Entretanto, a PJ continua a mover outras diligências dentro deste processo, designadamente o apuramento de responsabilidades junto do grupo de cerca de 40 adeptos do Sporting – entre os quais se contava Marco Ficini – que se deslocaram para as imediações da Luz naquela madrugada fatídica e que, após o atropelamento, terão abandonado o local, o que pode configurar omissão de auxílio, possibilidade que já motivou a abertura de um inquérito por parte do MP.
“A minha estratégia é, garanto-vos, a estratégia da verdade: acidente”, defendeu o advogado do suspeito, Carlos Melo Alves, aos jornalistas, à saída das instalações da Judiciária, ainda que confirme que Luís Pina confessou que estava no local naquela madrugada.
O causídico vai tentar provar que Luís Pina só atropelou Marco Ficini porque estava a fugir de elementos ligados ao Sporting.
O funeral de Marco Ficini, aficionado da Fiorentina, será a 4 maio em Orentano, terra natal do italiano.