Portugal tem um novo ídolo, mas até o benfiquista Salvador Sobral se curva perante o melhor futebolista do mundo.
“Não me sinto um herói nacional, isso é para o Cristiano Ronaldo”, afirmou sem complexos o talentoso músico, depois do feito alcançado em Kiev, onde assinou a primeira conquista lusa na história do Festival Eurovisão da Canção.
Compreende-se a observação de Salvador Sobral. Afinal de contas, enquanto a sua fama é recente e, talvez, efémera, Cristiano Ronaldo há muito que tem o mundo a seus pés. E não são só eles, os pés, que o seguram no topo.
Também há muita cabeça na construção de uma carreira que muitos sentenciaram à partida para a presente temporada desportiva. E é precisamente aí que, aos 32 anos, Cristiano Ronaldo demonstra argumentos para ser perpetuado como uma das mais marcantes figuras da história de Portugal.
A lesão que sofreu na final do Campeonato da Europa de futebol, contra a França e ao serviço de Portugal, deixou muita gente a pensar que o melhor do mundo não conseguiria manter-se no topo do futebol mundial, ainda mais com estrelas emergentes como Neymar, já para não falar do eterno arquirrival de CR7, o argentino Lionel Messi.
Perante este cenário catastrófico que lhe era apresentado, o capitão da Seleção Nacional manteve a tranquilidade e confiança nas suas capacidades que o caracterizam e sempre disse que trabalharia para estar em pleno das duas qualidades no final da temporada. Foi dito e feito.
Com o final da época a aproximar-se, Cristiano Ronaldo começou a estabelecer novos recordes e está muito próximo de alcançar outros, tanto no plano individual como no coletivo.
Bem recentemente, tornou-se no primeiro jogador da história a atingir o 100 golos na Liga dos Campeões (entretanto já chegou aos 104), superou, depois, os 400 remates certeiros com a camisola do Real Madrid (leva, agora, 402), e como se tudo isso não bastasse, no passado fim de semana, com os dois golos que apontou ao Sevilha, tornou-se no melhor marcador de sempre dos cinco principais campeonatos europeus (inglês, espanhol, alemão, italiano e francês), chegando aos 367 golos e ultrapassando o histórico Jimmy Greaves.
Sedento de conquistas, mesmo numa carreira recheada delas, o craque do pontapé na bola não pretende ficar-se por aqui. Cristiano Ronaldo está bem perto de ajudar o Real Madrid a escrever mais uma página dourada no seu historial. No próximo dia 3 de junho, por exemplo, na final da Liga dos Campeões, frente à Juventus, pode contribuir para que o seu clube se torne no primeiro da história do novo formato dessa competição a vencê-lo por duas vezes consecutivas. Num plano mais pessoal, está a um golo de subir ao topo da lista de melhores marcadores da presente edição da Champions.
Além disso, se vencer esta quarta-feira (17) o Celta de Vigo e, no domingo (21), o Málaga, o Real Madrid vencerá o campeonato espanhol, cinco anos depois de o ter festejado pela última vez, pelo que Cristiano Ronaldo ainda poderá somar mais dois troféus, esse e o da Champions, ao seu já vasto currículo. Assim, dissipará todas as dúvidas àqueles que anteciparam o fim do seu reinado.
De momento, aliás, já poucos são os que duvidam de que está em condições de manter-se no topo do futebol. Cristiano Ronaldo também tem muitas responsabilidades na mudança dessas mentalidades, tendo para isso adaptado o seu futebol, tornando-se num dos pontas-de-lança mais temíveis pelos defesas adversários.
Agora, em Portugal e em muitos outros cantos do mundo, não falta quem torça por ouvir o seu famoso “siiii” neste final de época desportiva, com a conquista da Liga dos Campeões e do campeonato europeu. Depois, revalidará o título de melhor do mundo com toda a naturalidade.