O molho, os ingredientes ou o tempo de cozedura? A opinião dos chefes varia, mas há um ingrediente essencial: “a paixão com que se cozinha”.
O segredo foi revelado hoje por Antonio Mezzero, “Embaixador da Pizza Napolitana em Portugal” e organizador do 1.º Campeonato Português de Pizza que, ao longo de todo o dia, decorreu na Praça D. João I, no Porto, e cujas inscrições reverteram a favor da ala pediátrica do Instituto Português de Oncologia do Porto.
Aquela zona central da baixa portuense juntou mais de duas dezenas dos melhores pizzaiolos de todo o país que, entre as 10h30 e as 17h30, cozinharam as suas especialidades, submetendo-as ao olhar e paladar apurados de um júri. Este incluía especialistas de renome e representantes de diferentes competições internacionais da especialidade, como Giorgio Damasio, Augusto Gemelli, Carmine Basile, Leone Copolla, Giovanni Portese, Hélio Loureiro, Pedro Lemos, Marco Gomes, Lígia Santos e Ruy Leão. Coube-lhes a tarefa de provar todas, escolher as três melhores pizzas segundo o sabor e outras tantas de acordo com a aparência.
Ainda que não contando para a classificação no campeonato, uma outra “avaliação” decorreu ao longo do dia na Praça D. João e teve como protagonistas as centenas de portuenses e turistas que por ali foram passando e a quem iam sendo oferecidas para degustação fatias da especialidade gastronómica de origem italiana.
Num ambiente festivo, quem assistia ao evento deliciou-se também com os shows de pizza acrobática do tricampeão do mundo, Paulino Bucca, e do campeão do mundo da especialidade, Leone Copolla, que lançavam bem alto a massa em movimento e provocavam suspense até conseguirem apanhá-la sem que caísse.
“Este é o nosso objectivo: promover a pizza e os pizzaiolos de Portugal”, apontou Antonio Mezzero, pizzaiolo napolitano que há anos se apaixonou por Portugal e que dirige a Pizzeria Pulcinella, em Matosinhos. “Servimos aqui mais de 500 pizzas ao público, enquanto o júri teve de provar 22, e mostrámos que a variedade é uma das riquezas deste prato que já não é só italiano, mas internacional”, explicou o organizador.
Os melhores classificados deste 1.º Campeonato Português de Pizza ganharam em fama, mas também em proveito, já que ficaram seleccionados para representarem o País nos melhores eventos mundiais da especialidade.
De acordo com a decisão do júri, o prémio para a Melhor Pizza foi conquistado pelo chefe Giuseppe Irace, da pizzeria La Fiamma (Barcelos), com a pizza Napoli Palermo, que conquistou também o 2.º lugar no Prémio Beleza. Ainda na categoria de Melhor Pizza, seguiram-se o chefe Vítor Peixoto, da pizzeria Siamo in Due (Esposende), com a pizza Siamo in Due, e o chefe Manuel Fernando Fernandes, da pizzeria Napolitana (Pevidém/Guimaraes), com a pizza Pepperoni.
Quanto ao Prémio Beleza, a escolha do júri recaiu sobre o trabalho do chefe André Martins Rodrigues, da Pizzeria Vieri (Esmoriz), com a pizza Generoso. O 3.º lugar coube ao chefe Pedro Girão, da pizzeria Girão (Porto), com a Pizza d’Aldeia.
A cerimónia de atribuição dos prémios contou com a participação Vereador da Cultura da Câmara Municipal do Porto, Paulo Cunha e Silva, do Cônsul Honorário de Itália no Porto, Paolo Pozzan, e do vogal do conselho de administração do IPO Porto, Rocha Gonçalves, a quem foi entregue o cheque de 1.100 euros resultante das inscrições no campeonato.
Entretanto, e ainda antes de terminada a jornada, Antonio Mezzero mostrou-se “muito satisfeito” com o sucesso da iniciativa e afirmou o empenho redobrado para a realização do 2.º Campeonato Português de Pizza em 2015.
Refira-se que o “Embaixador da Pizza Napolitana em Portugal” representou já o nosso País nos maiores certames internacionais dedicados à pizza, como o campeonato europeu da especialidade, onde alcançou o 4.º lugar que lhe valeu acesso à final do torneio e uma entrada directa no campeonato do mundo.
Já no ano passado, com a intenção de promover e divulgar a pizza como prato de excelência, Antonio Mezzero teve uma primeira grande acção pública com a produção de uma mega-pizza com cinco metros de diâmetro, cujo objectivo foi assinalar os 250 anos da Torre dos Clérigos, a principal das muitas obras deixadas no Porto pelo arquitecto italiano do Séc. XVIII, Nicolau Nasoni.