“Agora sou um homem gay, só que sem a física. Isso é tudo”. Foi desta forma que Andrew Garfield, que interpreta uma personagem homossexual com SIDA na peça ‘Angels in America’, disse ser gay.
Ser gay, como quem diz, até porque ao que se sabe não o é (se bem que não o desmentiu nem o confirmou depois deste episódio). Isto tudo veio a propósito da forma como se estava a preparar para viver a personagem. “Durante o intervalo dos nossos ensaios vejo ‘Ru Paul’ [reality show do ator e drag norte-americano] em casa com mais oito amigos. É a minha vida fora dos palcos. Sou um homem gay, mas não faço sexo”, disse em entrevista ao jornal ‘The Gay Times’.
Se houve quem o gozasse nas redes sociais, a comunidade LGBT não achou graça às suas declarações, que considerou uma interpretação muito limitada do que é a homossexualidade.
Tudo aumentou de tom nas redes sociais com um novo comentário de Andrew, ex-namorado da atriz Emma Stone. “Pelo que sei não sou homossexual. Talvez mais tarde tenha um despertar na minha vida, o que tenho a certeza que será maravilhoso e vou explorar essa parte, mas agora estou isolado na minha área”, acrescentou.
O ator norte-americano, nomeado para o Óscar de Melhor Ator com o filme ‘O Herói de Hacksaw Ridge’, já tinha protagonizado um beijo gay que se tornou viral. Foi na última edição dos Globos de Ouro. Ryan Gosling tinha vencido o prémio, pelo papel em ‘La La Land’, e quando subia ao palco, Andrew beijou na boca Ryan Reynolds – ambos nomeados -, em jeito de consolação pela derrota.
Garfield ficou conhecido pelo papel de Peter Paker em ‘O Fantástico Homem-Aranha’, em que contracenou com a atriz Emma Stone, com quem namorou e de quem continua amigo.
O ator, que há anos se mostra defensor da causa LGBT, já chegou a questionar porque é que o Homem-Aranha tinha de ser obrigatoriamente heterossexual.
Quanto à peça de teatro que está a fazer, diz ser “tão dedicada aos meus amigos na comunidade gay como àqueles que morreram durante a epidemia”.