Com a chegada do Verão e das temperaturas quentes vem a principal preocupação das pessoas com o seu peso.
É do conhecimento comum que os hábitos alimentares e um estilo de vida saudável, não apenas durante um período de tempo reduzido mas durante toda a vida, são fundamentais para se evitarem situações de excesso de peso e de obesidade.
No entanto, os dados mais recentes mostram que existe um grande desfasamento do que deviam ser as preocupações da pessoa com a sua saúde e com o seu peso, daquilo que acontece efetivamente na realidade.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), de dados correspondentes a 2014, o número de adolescentes obesos continua a aumentar em muitos países da Europa, incluindo Portugal. Os maus hábitos alimentares e a reduzida atividade física estão entre as causas do elevado índice de obesidade.
Portugal surge como um dos cinco entre 27 países com maior percentagem de adolescentes obesos. Segundo um estudo internacional publicado este mês, no qual Portugal se encontra integrado, a taxa de obesidade em menores de 20 anos quase triplicou em Portugal entre 1980 e 2015, passando de 3% para 8%.
Na população adulta, as estatísticas analisadas indicam que a obesidade afeta mais adultos do sexo feminino (22%) do que do sexo masculino (17%).
Em 2015, mostrou-se que existem cerca de 107,7 milhões de crianças e 603,7 milhões de adultos com obesidade no mundo.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, há 1,4 milhões de pessoas obesas em Portugal o que faz de Portugal um dos países com maior taxa de obesidade na União Europeia. O norte do país é a região que regista mais obesos.
Daí a importância de melhorar a qualidade de vida dos doentes através de uma regulação do apetite e estilos de vida saudáveis e ativos.
Muito para além do aspeto e cuidados com o corpo, a obesidade tem um impacto na saúde e é responsável pelo desenvolvimento de muitas outras doenças.
A verdade é que o contexto da obesidade em Portugal e Europa tem atingido números preocupantes e a questão não está só relacionada com a obesidade mas com as comorbilidades associadas, que podem ir desde a diabetes mellitus tipo 2 (DTM2), hipertensão e doenças cardiovasculares, apneia obstrutiva do sono, potencial desenvolvimento de alguns tipos de cancro, artrite, entre outros.
Está comprovado que a perda de peso tem um impacto significativamente positivo na saúde das pessoas com obesidade e a perda de 5% a 10% do peso, pode trazer benefícios, muito para além do aspeto físico, tais como: redução de risco de DTM2; redução de fatores de risco cardiovasculares; melhorias na pressão arterial; e melhorias na gravidade de apneia do sono.
Para além da vontade do doente, é necessário haver várias opções de tratamento para ajudar as pessoas com obesidade a perder peso e a manter esse peso e desse modo a melhorar a sua saúde.
Na verdade verifica-se precisamente que um dos grandes desafios do tratamento da obesidade é a manutenção do peso após a perda de peso.
Muitas vezes a única opção apresentada a estes doentes passa por uma cirurgia bariátrica, que não é possível de se aplicar em todos os casos, tanto pelo seu custo, como pela elegibilidade da própria pessoa para este tipo de tratamento.
Existem agora novas opções em Portugal um tratamento medicamentoso, que regula o apetite e a quantidade de comida ingerida fazendo com que a sensação de fome diminua e aumente a sensação de satisfação e saciedade depois de comer, que pode revolucionar o tratamento destes doentes, que para além de facilitar a perda de peso, traz também melhorias a nível da diabetes tipo 2 e pressão arterial, permitindo que os doentes percam algum do seu peso.
Conjuntamente com uma melhoria nos estilos de vida, é uma alteração que efetivamente pode representar mais uma opção para os doentes com obesidade.