É quase um clássico: acaba agosto e já só se pensa no inverno, o que não deixa de ser um exagero pois até 22 de setembro ainda é verão.
Ainda assim, é sempre uma boa altura para se pôr a par das tendências que aí vêm. E no tempo frio, o mesmo é dizer no próximo outono/inverno, a moda vê-se também nos pés.
Comecemos pelo mais improvável: as sandálias de inverno. Não é por sairmos do verão que deixamos de usar sandálias. Claro que neste caso elas querem-se com detalhes de pêlo, penas ou lã. E sim, pode andar com os dedos à mostra, ou se preferir tapados com meias delicadas e femininas. Elie Saab, Prada, Ellery têm as suas propostas.
Outra tendência, que começou na roupa e se estendeu ao calçado, é o glitter (brilho). Dourado, prateado e cobre são as cores predominantes. A inspiração chegou dos sapatos das princesas da Disney e da era ‘disco’.
Rihanna, por exemplo, já se vestiu de prateado da cabeça aos pés, tendo inclusive marcado a diferença com as botas glitter.
Várias foram as maisons que puseram brilho nas botas, sapatos stiletto (salto agulha), chinelos e afins: Chanel, Isabel Marant, Saint Laurent, Loewe, Uterqüe, Attico, Missoni, etc.
Por vezes o destaque não precisa estar no calçado todo. Bastam os tacões. E não há nada melhor para quem não gosta dos dias cinzentos do que pôr um pouco de cor no salto alto.
Os tacões querem-se diferentes, seja nas sandálias, botins ou stilettos. E isso pode vir em cores vibrantes, decoradas com pedras, formas inesperadas ou outro fator surpresa.
Demasiada cor ou ausência dela, o calçado também se quer branco. Durante décadas associar sapatos brancos a estilo era um ultraje. Mas nesta nova temporada muitas serão aquelas que vão ter, pelo menos, um par de calçado branco.
Victoria Beckham tem já o seu salto favorito. Mas não precisa de abrir os cordões à bolsa. Há marcas low cost que também têm o seu calçado branco.
Ainda falando em cores, as botas vermelhas serão um ‘must’ no outono/inverno. Principalmente aquelas tão compridas que parece que desaparecem debaixo da saia ou do vestido.
Há três critérios que têm de cumprir: as botas como acessório, a cor vermelha vibrante e que sejam bastante compridas. Fendi foi uma das principais empresas de alta costura a trazê-las para a passerelle.
De facto as botas querem-se compridas. As botas infinitas, ou seja aquelas que chegam bem acima do joelho, como por exemplo à coxa, também dominaram os desfiles da apresentação das coleções do tempo frio.
As botas, no geral, são sempre ‘o’ calçado de outono/inverno. Recorda-se das botas enrugadas que eram moda nos anos 80? Pois bem, voltaram a ver a luz do dia em 2011 e novamente em 2017. Michael Kors, Saint Laurent, Isabel Marant têm vários modelos assim.
Se estas são botas mais femininas, o mesmo não se pode dizer das botas tipo tropa. Sim, elas estão de volta, mas com um ar menos masculino e sem tantas fivelas grosseiras. E não é só em preto. Vêm em várias cores.
O mesmo acontece com o estilo cowboy. Na verdade, este tipo de calçado nunca chegou a desaparecer por completo, mas este outono várias marcas resgataram-no. Não são só botas, também há botins inspiradas no Velho Oeste. Os acabamentos mantêm-se idênticos: pele de crocodilo, pontas marcadas, tacões largos.
Se a sua prioridade é mesmo ter os pés quentes, opte pelo pêlo. As botas peludas, também chamadas de ‘Yeti’ (Abominável Homem das Neves pelo facto de parecerem as patas), são uma das propostas menos convencionais que as marcas adotaram nos seus desfiles outono/inverno.
O veludo, tendência na roupa, também existe no calçado. Uma das peças mais delicadas, e também mais femininas, que veremos nos próximos meses é os stilettos forrados a veludo.