Nasceu a 30 de dezembro de 1963 na Pampilhosa da Serra, de onde saiu cedo para o mundo conquistar. Paris, para onde os pais já tinha emigrado, foi o destino de António Manuel Mateus Antunes que, por sugestão de um amigo e pela música, adotou o apelido artístico Carreira com que se celebrizou.
O percurso profissional tem 28 anos e com uma legião de fãs fiéis, até porque o artista conseguiu, nos últimos anos, alarga a sua influência a outros públicos muito por causa da presença assídua nos diferentes canais da nossa televisão e uma vida social mais assumida.
Mas, na última semana, a polémica estalou, com o “cantor dos sonhos” a ser acusado pelo Ministério Público de plagiar 11 canções de artistas estrangeiros. Tony assume o errou “por falta de experiência” quando começou nos anos 90.
“Não posso negar, há aqui canções que são parecidas”, reconheceu, em entrevista ao ‘Jornal das 8’, da TVI, explicando que assumiu o plágio de cinco temas “há dez anos: “Errei, assumi-o e assumo-o de forma clara. Não batam mais, já chega”.
Ainda antes de alcançar o sucesso, Tony Carreira teve altos e baixos e o início não foi fácil. Foi com o grupo Irmãos 5 que começou a cantar, na capital francesa onde trabalhou, dos 16 aos 26 anos, numa fábrica de salsichas, com um salário de 60 contos (300 euros).
Mais cedo, com o primeiro ordenado, aos 14 anos, tinha pago aulas de guitarra, apesar de o pai querer que seguisse a profissão de mecânico. A música era o objetivo, mas os cinco primeiros discos foram um fracasso, ficou sem dinheiro e sem editores interessados em colaborar com ele.
Não desistiu e, em 1993, veio o primeiro disco de Ouro com o “Português de Alma e Coração”, muito graças ao êxito do tema “A minha guitarra”, mas foi, dois anos depois, que a ascensão ganhou balanço com a música “Aí Destino”, vincando o estilo romântico com o qual se notabilizou até aos dias de hoje.
O ano da viragem foi 1999, após editar “Dois corações sozinhos” -do qual fazem parte canções como “Depois de ti (Mais nada) – que também foi Ouro, valendo ainda o prémio da TVI para melhor cantor masculino e para a melhor canção romântica.
Ainda em 99, antes de pisar o célebre Olympia de Paris, Tony Carreira provou o lado agridoce do caminho que escolheu, com a mulher, Fernanda Antunes, a pedir-lhe o divórcio. A crise foi ultrapassada, até à separação publicamente anunciada em 2014, embora o casal ainda continue casado no papel.
Julio Iglesias foi sempre uma referência, mas Tony gosta de ouvir música Pop, até porque sempre tentou estar atualizado. Os filhos Mickael e David seguiram-lhe as pisadas, escolhendo registos distintos, na música, embora com mais facilidades à conta da fama do pai.
A mais nova, Sara, de 18 anos, parece mais virada para os estudos embora já tenha mostrado que sabe cantar, tendo mesmo partilhado o palco com Tony que, só mais recentemente, começou a ser mais presente na vida dos herdeiros ou, pelo menos, a partilhar mais momentos familiares em público, só faltando mesmo mostrar a faceta de avô com Beatriz, a primeira neta.
E, quando tudo parecia seguir no bom caminho, com o percurso firmemente traçado, a polémica estala numa ação que Carreira vê como “perseguição pessoal”, beliscando os sempre confessos “sonhos de menino”.