A rainha emérita de Espanha defendeu hoje em Lisboa que o custo das demências para as famílias não é apenas sentimental, mas também económico, numa altura do ciclo de vida em que há menos poder económico.
Sofia, mãe do rei Felipe VI, está no nosso país a assistir à cimeira Alzheimer´s Global Summit, organizada pela Fundação Champalimaud e co-organizada pela Fundación Reina Sofía.
“O custo para as famílias não é apenas de desgraça sentimental, é também em grande medida económico, pois aumentam os gastos em cuidados com os doentes numa etapa da sua vida em que normalmente os rendimentos diminuem consideravelmente, uma vez que o maior risco deste tipo de doenças é o aumento da idade”, afirmou a antiga monarca na abertura oficial da cimeira internacional sobre a doença de Alzheimer.
Na sessão de abertura, em que esteve presente o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, a rainha Sofia partilhou os objetivos da sua Fundação, destacando o de um dia vencer as demências e todas as doenças neuro degenerativas, que “tão devastadoras consequências têm nas sociedades”.
Sobre os custos das demências, a rainha Sofia referiu-se também aos que são suportados pelos governos, que são uma “carga que não para de aumentar”.
A rainha, que há 15 anos trabalha através da Fundação com o seu nome na luta contra várias doenças da área neurológica, sublinhou ainda a importância de não se esquecer “o aspeto humano da doença” e a necessidade de que as famílias possam “encontrar apoio, afeto, consolo e sobretudo esperança perante este incapacitante mal”.
O aspeto humano desta doença foi também abordado pela anfitriã desta cimeira, a presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, que defende estar-se perante “questões de direitos humanos”, sem geografias, fronteiras ou níveis de desenvolvimento.
Já Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a doença de Alzheimer se tornará “um dos maiores problemas sociais nas próximas décadas” e defendeu que é preciso agir de imediato, a nível global.
A cimeira internacional Alzheimer’s Global Summit tem como objetivo discutir e partilhar os recentes progressos em duas áreas distintas, mas complementares: a da intervenção terapêutica e a área de investigação sobre doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, Huntington e Parkinson.
A crise global da demência afeta mais de 50 milhões de pessoas no mundo e, até 2050, estima-se que este número possa quase triplicar. Veja as fotos:
Fotos: César Lomba/MoveNotícias