Uma equipa de cientistas britânicos anunciou ter descoberto, em crianças com Síndrome de Down, as mutações genéticas que originam leucemia linfoblástica aguda infantil, o que pode ajudar a desenvolver terapias eficazes para a doença.
O estudo foi feito em crianças com Trissomia do cromossoma 21, que são 20 a 50 vezes mais propensas a leucemias na infância, e envolveu a análise da sequência do ADN dos pacientes em diferentes estágios do cancro de sangue.
Os pesquisadores da Universidade Queen Mary of London descobriram dois genes-chave (denominados RAS e JAK) que podem sofrer mutação para transformar células normais do sangue em cancro de células.
No entanto, os dois genes nunca modificam juntos, dando a impressão de que um anula o outro, refere o estudo hoje publicado na revista ScienceDaily, assinalando que a descoberta vai permitir aos cientistas apurarem qual dos dois genes são modificados em paciente.
“Nós acreditamos que os nossos resultados são um avanço na compreensão das causas dos instrumentos subjacentes da leucemia e, eventualmente, esperamos projetar o tratamento mais adequado e eficaz para esse tipo de cancro, com medicamentos menos tóxicos e com menos efeitos colaterais”, disse Nizetic Dean, professor de Biologia Celular e Molecular da Universidade Queen Mary of London, citado pela publicação científica.
Atualmente, uma em cada seis crianças na população em geral não responde bem à terapia padrão para a leucemia, podendo sofrer de recaídas e efeitos tóxicos colaterais do tratamento, sendo que os números que a fraca resposta e toxicidade são ainda maiores entre as crianças com Síndrome de Down, diz a “ScienceDaily”.
“Através da nossa pesquisa, sabemos que as pessoas com a síndrome de Down apresentam sinais de envelhecimento acelerado e têm maior acúmulo de danos ao DNA se comparado com a população em geral da mesma idade”, afirmou o pesquisador.
“Portanto, estudar as células de pessoas com síndrome de Down pode fornecer pistas importantes para a compreensão dos mecanismos de envelhecimento, do Alzheimer, cancro, aterosclerose e as diabetes”, mas “são necessárias mais pesquisas nesta área”, acrescentou Nizetic Dean.