As chamas que deflagraram nos incêndios trágicos de domingo já tiraram a vida a, pelo menos, 31 pessoas. Há 51 feridos contabilizados pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e pelo menos 5 pessoas desaparecidas oficialmente, em Tábua, Coimbra e três outros indivíduos em Santa Comba Dão, Vouzela e Mortágua.
Os números relacionados com a calamidade podem subir, tendo em conta que os operacionais ainda estão no terreno a contabilizar danos e a extinguir cerca de 50 fogos que teimam em permanecer ativos, combatidos por mais de 3000 operacionais, apoiados por 1100 meios terrestres. Patrícia Gaspar, adjunta de operações da ANPC, confirmou aos jornalistas que a calamidade já provocou 31 vítimas mortais e admitiu que o número pode ser alterado nas próximas horas.
António Costa cancelou a agenda e Marcelo Rebelo de Sousa também se livrou dos compromissos, incluindo uma deslocação à Madeira, até quarta-feira. O objetivo será o de decretar luto nacional nas próximas horas, embora a intenção do Governo ainda não tenha sido oficializada.
A audição da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, no Parlamento, agendada para amanhã, também foi hoje cancelada. A ministra recebeu o apoio político de António Costa, com quem esteve na ANPC, em Carnaxide, e se dirigiu ao País durante a conferência de imprensa.
Constança Urbano de Sousa recusa demitir-se. “Para mim seria mais fácil, pessoalmente, ir-me embora e ter as férias que não tive, mas agora não é altura de demissões. Resolvia o problema? Não. É tempo de ação”, afirmou a ministra.
O alerta vermelho, alargado a todos os distritos do País, mantém-se até às 20h00 de hoje. Viseu e Leiria são os distritos mais preocupantes. A Proteção Civil vai fazer um novo balanço pelas 16h00. E garante, pela voz de Patrícia Gaspar, que não houve falhas na resolução dos incêndios. Além disso defende a estratégia usada no terreno pelos profissionais que fizeram tudo o que estava ao alcance para combater as chamas.
Texto: Ângela Lopes
