Foram os ténis rotos, remendados pela mãe Dolores, que o permitiram dar os primeiros passos na profissão que o veio a tornar o melhor jogador do mundo por consecutivas vezes. Cristiano Ronaldo era criança, pobre e vivia na Madeira. Valia-lhe a paixão pelo futebol, que jogava horas a fio, até se verem as meias.
Inspirada na infância do futebolista, a NIKE – marca pela qual o internacional dá a cara – lançou uma nova versão dos Nike Air Max 97 CR7. A insígnia de Ronaldo acrescentada ao nome original do par de sapatilhas é a imagem do novo calçado, que vê também o look renovado, com tecidos e remendos mergulhados em ouro.
“Em criança, Cristiano Ronaldo estava limitado a apenas a dois pares de sapatos – um para jogar e outro para ir à escola. Enquanto os sapatos da escola estavam bem conservados, os que usava para brincar acabavam sempre com buracos devido ao tempo infinito que passava a jogar futebol. Cada vez que ele fazia um novo buraco nos sapatos, a mãe remendava-os”, pode ler-se no site da Nike.
Dolores fazia o que podia para ver o filho feliz. E graças aos remendos que lhe punha nos ténis rasgados, ele pôde dedicar-se ao que mais gostava. O novo modelo aposta nos tons dourados e exibe retalhos que fingem um calçado usado. “Celebram a sua grandeza contínua e mais além”, lê-se no site da marca.
Ao mesmo tempo que é musa para o gigante do calçado desportivo, Cristiano Ronaldo não sai da mira do fisco espanhol. Acusado de quatro delitos fiscais numa quantia que ascende aos 14,7 milhões de euros, desde 20 de junho, Ronaldo pode estar eventualmente a arriscar uma pena de prisão.
O jornal espanhol “El Mundo” avança que o futebolista recusa chegar a acordo com o fisco, que o acusa de ter cometido a suposta fraude contra o estado, entre 2011 e 2014. No entanto, Ronaldo ainda tem uma possibilidade de fazer novo acordo, desde que seja até à véspera do julgamento, segundo a lei espanhola.
Numa carta enviada pelo avançado do Real Madrid ao Tribunal Pozuelo de Alárcon, onde decorre o processo, Ronaldo refere que as acusações de que é alvo “não têm qualquer tipo de fundamento”, dizendo mesmo que as denúncias são “inconsistentes e facilmente desmontáveis por um observador objetivo”.
Jorge Mendes, que terá de testemunhar em tribunal, é, no mesmo documento, ilibado de qualquer responsabilidade. Ronaldo defende o agente e diz que a acusação deve prescrever, pois assenta “na diferença entre os rendimentos declarados e aquilo que a Inspeção tributária considera como tendo sido o seu ganho em Espanha”.
Texto: Ângela Lopes