Bret Rattner, realizador e produtor da série ‘Prison Break’ e do filme ‘The Revenant’, de 48 anos, é mais um nome grande de Hollywood envolto em polémica. O cineasta foi acusado de assédio sexual por seis mulheres, entre as quais as atrizes Olivia Munn e Natasha Henstridge.
Os relatos foram feitos ao jornal ‘Los Angeles Times’.
Então aspirante a modelo, Natasha Henstridge tinha 19 anos quando, segundo diz, Ratner a forçou a fazer sexo oral.
Ela estava a ver um filme na casa do realizador em Nova Iorque, com outros amigos, quando adormeceu. Depois de acordar, a atriz conta que Brett não a deixou sair do apartamento e bloqueou a porta. “Ele usou a força contra mim de uma maneira real”, contou Henstridge ao ‘LA Times’.
“Eu represento o Sr. Ratner há duas décadas e nenhuma mulher fez qualquer acusação contra ele por má conduta sexual ou assédio sexual”, disse o advogado do realizador, produtor e argumentista que se tornou um influente nome em Hollywood nos últimos 20 anos, dirigindo filmes como ‘Hércules’ e ‘X-Men: O Confronto Final’ e produzindo ‘O Renascido’ e ‘Prison Break’.
Olivia Munn afirmou que, em 2004, quando ainda era uma aspirante a atriz, fez uma visita ao set de filmagens de ‘Golpe no Paraíso’ e foi surpreendida pelo cineasta, que se masturbou na frente dela.
Em 2010, Olivia escreveu um artigo sobre o incidente, sem mencionar o nome de Ratner. Um ano depois, Brett assumiu que ele era o homem no relato de Munn e vangloriava-se falsamente de ter tido relações sexuais com a atriz, o que não aconteceu, sendo depois forçado a desmentir isso.
Em entrevista ao ‘LA Times’, Munn disse que os falsos rumores sobre ela e Ratner a deixavam furiosa e que ela decidiu voltar a falar no assunto motivada pela coragem das dezenas de mulheres que acusaram o produtor Harvey Weinstein de violação, assédio e má conduta sexual nas últimas semanas.
“Sinto como se continuasse a enfrentar o mesmo sujeito que praticava bullying na escola e que não quer desistir”, desabafou. “Só esperava que as pessoas acreditassem na verdade e que o tempo passe para não precisar trabalhar mais com ele.”
Ratner “disputa veementemente” a versão de Munn para os factos, disse o advogado do cineasta.
Em 2005, a atriz Jaime Ray Newman estava prestes a atuar no seu primeiro papel expressivo na TV, na série ‘Sobrenatural’, quando encontrou Brett Ratner na primeira classe de um voo.
Ela alega que ficou chocada por, em apenas cinco minutos de conversa, Ratner ter falado sobre atos sexuais que ele gostava de fazer e receber e mostrou fotos nuas da mulher com quem namorava na época. “Ele estava a descrever-me de forma explícita como iria fazer sexo oral comigo e como ele era viciado nisso”, contou.
A atriz Katharine Towne disse que durante uma festa em Los Angeles, realizada em 2005, Ratner cometeu “avanços indesejados” contra ela.
Ela diz que o diretor foi “excessivamente persistente” nas suas investidas para levá-la para a cama. “Ele começou a aproximar-se de uma forma tão extrema”, relembra. Ao tentar se desenvencilhar dele, Towne foi à casa-de-banho, mas foi seguida pelo cineasta, que entrou e fechou a porta.
Segundo a reportagem do ‘LA Times’, quatro pessoas que trabalharam na produção de ‘A Hora de Ponta 2’, filme de ação e comédia dirigido por Ratner, contam que a atmosfera nos bastidores da produção tinha uma “atmosfera sexual carregada” por conta das atitudes do diretor.
Eri Sasaki, uma das figurantes do filme, tinha que usar biquíni numa das suas cenas. Num destes momentos, ela conta, que Ratner tocou o seu corpo e convidou-a para ir para a casa-de-banho com ele. Quando ela negou, o cineasta reagiu: “Tu não queres ficar famosa?”.
Jorina King, outra figurante em ‘A Hora de Ponta 2’, disse que foi chamada ao trailer de Ratner sozinha e que o realizador pediu que ela lhe mostrasse os seios.
Brett Ratner disse que James Toback, acusado por mais de 300 mulheres de assédio, e Roman Polanski, condenado em 1977 por ter relações sexuais com uma rapariga de 13 anos, estavam entre os seus “amigos próximos”.