Há quem o faça quase sempre, outros que dadas as circunstâncias – ou porque não querem fazer barulho ou porque lhes apetece – fazem-no ocasionalmente. E será que é seguro prender o espirro? Nem por isso.
Segundo explica a revista norte-americana ‘Men’s Health’ no seu site, o espirro serve para expulsar as substâncias que causaram irritação no nariz, sendo que essa mesma expulsão deriva da pressão e pode resultar na libertação de ar a seis ou oito metros de distância.
“Se mantiver a boca e o nariz fechados [no momento do espirro], a pressão gerada [para espirrar] voltará para a cabeça ou para a cavidade nasal ou pode voltar para o peito”, explicou o médico Erich Voigt.
Prender o espirro comprimindo o nariz ou fechando a boca, disse o médico, leva a um “aumento notável da pressão”, aumento esse que pode ser “cinco a 24 vezes maior do que o de um espirro normal”.
Apesar de o espirro durar meros segundos, a pressão causada pelo ato de o prender até pode parecer tão inofensiva quanto célere, mas a verdade é que “a pressão durante essa fração de segundo é tão alta que pode causar danos reais”, alertou o otorrinolaringologista Ahmad R. Sedaghat, da Escola Médica de Harvard, que destaca que os ouvidos correm também riscos, pois a pressão aguentada pode percorrer as pequenas passagens que ligam a garganta à orelha média, podendo levar ao rompimento do tímpano.
Já Dale Amanda Tylor alerta ainda para o facto de o hábito de prender o espirro levar a que a pressão ‘não expulsa’ coloque “um pequeno vaso sanguíneo nos olhos, nariz ou tímpano em risco”, embora, destaque, seja algo “muito raro”, tão rato como o rompimento de um aneurisma associado ao espirro preso.
Apesar de se tratar de um hábito com alguns riscos, prender uma ou outra vez o espirro pode não ser tão nocivo como pensado, contudo, os médicos defendem a importância de não ganhar esse hábito e de tentar controlar os reflexos que possam causar o espirro.