Sem nunca citar diretamente o nome da mulher, o rapper abriu o jogo durante uma entrevista ao jornal ‘The New York Times’, publicada esta quarta-feira, 29 de novembro.
Jay-Z disse que foi infiel no seu relacionamento e que ambos usaram os trabalhos mais recentes “quase como uma sessão de terapia”.
Quanto às sessões de terapia convencionais, o artista disse: “Tu tens de sobreviver. Então entras em modo de sobrevivência, e, quando entras em modo de sobrevivência, o que acontece? Desligas todas as emoções. Então, mesmo com mulheres, vais-te desligar emocionalmente e não te consegues conectar. (…) No meu caso, tipo, é profundo. E, daí, todas as coisas acontecem a partir disso: infidelidade…”.
Jay-Z falava do seu novo álbum ‘4:44’ e também falou sobre o aclamado ‘Lemonade’, lançado por Beyoncé no ano passado. No álbum, ela fala de traição, racismo e machismo.
O entrevistador não chegou a perguntar se era a ‘Queen B’ que o músico se referia ou se ele falava de algum relacionamento anterior. No entanto, questionou-o sobre o porquê de não se terem separado depois dos rumores de infidelidade.
“O mais difícil é ver, no rosto da pessoa, a dor que lhe causaste, e aí tens de lidar contigo mesmo. Então, sabes, a maior das pessoas não quer fazer isso. Tu não queres olhar para dentro de ti mesmo”.
Quanto a ‘Lemonade’: “Nós estávamos sentados no olho do furacão. (…) Mas o melhor lugar para estar é no meio da dor. E era lá que estávamos. E era desconfortável. E tivemos muitas conversas. Você sabe. [Eu estava] realmente orgulhoso da música que ela fez, e ela estava realmente orgulhosa da arte que lancei. E, você sabe, no fim das contas nós realmente temos um respeito saudável pelo trabalho um do outro. Eu acho que ela é incrível.”
Em relação ao álbum ‘4:44’ de Jay-Z, que saiu neste ano, aquele fez uma espécie de ode ao arrependimento por conta da infidelidade. “Nós estávamos a usar a nossa arte quase como uma sessão de terapia. E nós começamos a fazer música juntos”, lembrou.
Na longa conversa, o rapper e produtor avaliou a terapia. “Cresci muito a partir daquela experiência. Mas acho que o mais importante que aprendi é que está tudo ligado. Todas as emoções estão interligadas e vêm de algum lugar. E só pelo facto de ter consciência disso no dia-a-dia já te dá, assim, uma… tens uma vantagem”.
O artista deu ainda um exemplo. “Sabe, tu percebes que, se alguém é racista contigo, aquilo não é por tua causa. Tem a ver com a criação [das pessoas que cometem o crime] e com o que aconteceu com elas, e como isso as levou a este ponto. Sabe, a maioria dos bullies fazem bullying. Acontece. Oh, tu sofreste bullying quando eras criança então estás a tentar fazer bullying comigo. Eu entendo”.
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