Televisão

Novo programa da SIC agita redes sociais pondo em causa os direitos das crianças

Margarida, de sete anos, foi a protagonista da estreia de “Supernanny”; domingo à noite, na SIC. A mãe, Patrícia Mateus, pediu ajuda perante a insubordinação da menina, mas o programa depressa fez estalar a polémica nas redes sociais, um espaço onde atualmente tudo ganha proporções por vezes exageradas e até descontextualizadas.

Mas, juízos à parte, o formato importado ainda vai na primeira etapa no nosso país e as opiniões dividem-se, sendo que a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CNPDPCJ) já se pronunciou, salientando que comporta riscos de violação do “direito de imagem” e da “reserva de vida privada e intimidade” dos menores.

Na televisão, viu-se a impotência de uma mãe perante a falta de regras da filha que, mesmo na presença de uma especialista em mediação familiar, continuava a querer leva a melhor, chegando a bater à mãe. Quando contrariada e posta de castigo, com as câmaras ligadas, chamou “estúpidas” aquelas que a penalizavam.

Momentos que não caíram bem em grande parte dos telespectadores que não tardaram a debitar opiniões na Internet, até pela forma como a criança foi exposta, e a prova é que, esta segunda-feira, é um dos tópicos destacados pelo Twitter.

“Um conteúdo manifestamente contrário ao superior interesse da criança, podendo produzir efeitos nefastos na sua personalidade, imediatos e a prazo”, alerta, em comunicado, a CNPDPCJ.

A entidade diz ter recebido já várias queixas relativamente ao programa, tendo manifestado junto da SIC “preocupação face a este tipo de formato e conteúdos solicitando uma intervenção com vista à salvaguarda do superior interesse da criança”.

Pedidos pareceres à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), a CNPDPCJ apelou “aos meios de comunicação social que assumam um papel responsável, protetor e defensor dos Direitos das Crianças”.