Quase seis meses após o desaparecimento durante uma festa de casamento num, em Pont-de-Beauvoisina, em França, o desfecho foi o menos desejado, mas não totalmente inesperado: a lusodescendente Maëlys de Araújo, de nove anos, foi assassinado por aquele que sempre foi o principal suspeito e o seu corpo encontrado na passada quarta-feira, muito próximo do sítio onde foi vista a última vez com vida.
A revolta e consternação tomaram conta da família e dos internautas em geral e foi mesmo nas redes sociais que a mãe da criança, Jennifer de Araújo, desabafou, lamentando terem sido “precisos cinco meses e meio para que este monstro fale finalmente”, referindo-se à confissão de Nordahl Lelandais.
“Tu assassino da minha filha: Maëlys vai perseguir-te noite e dia na prisão até que ardas no inferno. Maëlys tinha a vida pela frente e tu destruíste-a, não a veremos mais por tua causa, não a posso segurar mais nos meus braços e dizer-lhe o quanto a amo”, escreveu ainda quem passa por um indiscritível sofrimento.
Jennifer partilhou também imagens familiares ainda com Maëlys e também a filha mais velha que, no Facebook, expressou toda a dor por perder e de forma trágica, a única irmã: “Maëlys sinto a tua falta e sempre sentirei a tua falta … Quero ver-te no paraíso”.
O caso chocou toda a sociedade e são vários os gestos em memória da menina morta pelo ex-militar, de 34 anos, que a polícia já está a equacionar ser um ‘serial killer’.
Este sábado, por exemplo, haverá uma manifestação de solidariedade em Chambéry (Savoie), embora contra a vontade dos pais. Segundo a imprensa francesa, a família de Maëlys tinha indicado que não queria ver esse tipo de evento organizado fora de Pont-de-Beauvoisin, a cidade onde o crime ocorreu.
Entretanto, colegas de trabalho de Jennifer organizaram-se para a ajudar no hospital onde ela é enfermeira reunido 4288 horas de trabalho para que pudesse continuar a receber salários durante o tempo em que esteve ausente por causa do desaparecimento da filha.