O apelo ao voto já estava a ser feito por quase todos os finalistas do Festival da Canção, mas a partir do momento em que o Diogo Piçarra saiu da equação, uma vez que desistiu do certame, os seus concorrentes voltaram a sonhar. A sonhar com um primeiro lugar no televoto, que seria claramente entregue ao cantor.
Enquanto meio mundo faz o ‘luto’ pela saída de Piçarra e outro meio esfrega as mãos de contentes (e talvez com uma ou outra banana pelo meio…), a corrida à vitória popular já aqueceu.
Isaura, compositora de ‘O Jardim’, tema interpretado por Cláudia Pascoal igualmente na segunda semifinal de domingo e que ficou em 2.º lugar no júri e no público, é uma das mais ativas nas redes sociais.
Tanto ela, como a sua cantora não se cansam de mostrar os bastidores dos ensaios da grande final, em Guimarães, enquanto fazem apelos ao voto.
Ora em forma de imagem, ora em forma de vídeo, ora incentivando os fãs a filmarem-se a cantar o tema, ora colocando parte da canção nas redes.
Isaura que, diga-se, é amiga e admiradora de Piçarra e foi dos poucos concorrentes que veio a público defender o músico no caso do plágio.
“Não se deve tornar uma discussão em loop sobre esta situação”, escreveu na altura. E nós concordamos.
Fernando Tordo quase provocava um susto de saúde aos seus seguidores quando, a meio das publicações que tem feito com o número de telefone da sua canção, disse: “Por causa de qualquer coisa que aconteceu recomeçaram a pontuação do zero”.
Calma, caro leitor. Só a do Piçarra (que seria a número 2 no alinhamento) é que voltou ao zero, para dar entrada a Susana Travassos (sua ‘substituta’).
Entretanto o Fernando Tordo também já percebeu isso.
Joana Barra Vaz, intérprete de ‘Anda Estragar-me os Planos’, foi mais original e decidiu fazer um trocadilho.
“Se te apraz vota Barra Vaz” é o slogan da cantora.
Diogo Clemente, com a sua canção “Só Por Ela”, cantada por Peu Madureira, venceu a primeira semifinal (sendo o preferido do televoto na altura), ainda não pediu aos fãs para ligarem. Mas deixou uma bela mensagem a Diogo Piçarra.
“Como amigo do Diogo, tenho pena, tínhamos programado uns dias divertidos. Mas acima de tudo aplaudo a atitude de pessoa de excelência. Tenho a certeza que toda a gente que acompanha o @diogopicarra está cheia de orgulho. Não se alimentem de sentimentos que não o grande orgulho de seguir um Homem com dignidade e um enorme artista”.
Os fãs também não ficaram parados e trataram logo de criar uma petição pública a pedir um regresso de Piçarra e da sua “Canção do Fim” ao Festival.
“Justiça pelo Diogo Piçarra” pede à RTP “para não deixarem um potencial vencedor do Festival da Canção desistir, coincidências acontecem e ele não merece isto. Ele trabalha tanto para compor as suas músicas, músicas que lhe façam não só a ele feliz, como a todos os seus fãs”.
Em relação ao alegado plágio, Tozé Brito – vice-presidente do júri das semifinais e presidente da Sociedade Portuguesa de Autores – já falou sobre o assunto.
“Os plágios são uma coisa muito complicada. As pessoas pensam que um plágio é uma canção ser parecida ou igual à outra, mas não é nada disso. O que se tem de provar num plágio é muito mais complicado, é saber se houve intenção de plagiar ou não”, disse.
“E é bastante complicado, porque se a pessoa que gravou a obra diz ‘eu não tive qualquer intenção’, aconteceu por acaso, nós temos de perceber quais são as possibilidades disso ter acontecido”, continuou.
“Há sequências harmónicas e melódicas, que é o caso desta canção, que avaliando, me fizeram chegar à quinta sinfonia de Tchaikovsky. Provar que há plágio é das coisas mais complicadas, porque isto vem tudo do Tchaikovsky, depois há várias versões até chegar à versão da IURD, que é aquela de que se fala”, frisou.
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