Os números globais de casos de cancro ligados aos implantes para aumento mamário, divulgados pela Food and Drug Administration (FDA), a agência norte-americana que regula os setores de medicamentos e alimentos, são elucidativos.
Segundo dados de setembro do ano passado, houve um aumento de 359 para 414 de casos de cancro, mantendo-se as nove mortes registadas no ano anterior.
Não se trata de cancro da mama, como se poderia pensar, mas sim um linfoma anaplásico de células grandes associado aos implantes mamários (BIA-ALCL na sigla em inglês).
Detetado atempadamente, cura-se, na maioria das vezes, apenas com cirurgia para remoção do implante e da cápsula do tecido cicatricial que se forma em seu redor. Algumas mulheres, no entanto, tiveram de fazer quimioterapia e radiação, quando o BIA-ALCL se espalhou pelo corpo.
A FDA alerta que este tipo de linfoma não-Hodgkin ocorre com maior frequência em associação a implantes com um revestimento texturizado, não tendo sido detetada qualquer influência do material no interior do implante (água salinizada ou silicone).
Já a Sociedade Americana da Cirurgia Plástica diz que o linfoma “parece desenvolver-se exclusivamente em mulheres com implantes texturizados”.
Uma das explicações encontradas até agora aponta para que a superfície irregular dos implantes texturizadas possa ser responsável por uma inflamação dos tecidos, que, por sua vez, leva ao linfoma.
Outra teoria considera que essa mesma irregularidade pode aprisionar bactérias e levar a uma infeção crónica e esta, então, ao linfoma.
Este tipo de implantes são uma opção frequente por médicos e pacientes por apresentarem menos tendência a saírem do lugar. Na Europa, são os mais populares.
Nos casos registados, o surgimento do linfoma mais próximo da cirurgia foi aos dois anos e o mais afastado aos 28, sendo a média aos oito anos.
Um dos principais sintomas é o inchaço em torno do implante.