O tabagismo está longe de ter um fim, mas o Ministério da Saúde continua a apostar forte para combater o mal que mata um português a cada 50 minutos. Para assinalar o Dia Mundial Sem Tabaco, que se celebra hoje, 31 de maio, a Direção Geral da Saúde e o Sistema Nacional de Saúde lançaram uma campanha, que já está a gerar polémica.
A deputada Isabel Moreira diz que o vídeo é “inadmissível”. “Espero que o Ministério da Saúde retire a campanha, que é uma campanha misógina e culpabilizante das mulheres”, declarou à agência Lusa.
Já Paula Neves reconhece estar orgulhosa por ser a protagonista de “Deixe de Fumar.Opte por Amar Mais”, uma curta metragem assumidamente chocante, em que a atriz interpreta Maria, uma mãe com cancro do pulmão, em fase terminal, que não consegue deixar o vício do tabaco. A filha, ainda novinha, já lhe segue as pisadas, pegando nos cigarros para a imitar.
A campanha foi idealizada por duas alunas da Escola Profissional de Artes, Tecnologias e Desporto. Têm ambas 18 anos e tiveram como base os números mais recentes sobre o consumo de tabaco. O último relatório do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo dá conta de que os homens portugueses estão a fumar menos embora nas mulheres o consumo tenha vindo a aumentar.
A antestreia da curta-metragem aconteceu esta quarta-feira, no Cinema NOS do Centro Comercial Vasco da Gama, em Lisboa. Entre os presentes estiveram Fernando Araújo, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, João Costa, Secretário de Estado da Educação, Graça Freitas, Diretora-Geral da Saúde, e José Vítor Pedroso, Diretor-Geral de Educação.
O tabaco é responsável por 10,6% das mortes em Portugal, o que equivale à morte de um português a cada 50 minutos devido ao consumo tabágico. Há mais mulheres a adoecer e a morrer por doenças associadas ao tabaco, sendo que o relatório das doenças oncológicas de 2017, relatou o “aumento de 15% da mortalidade no sexo feminino”, entre 2014 e 2015, por tumores malignos de traqueia, brônquios e pulmão. De acordo com o último Inquérito Nacional de Saúde, em 2014, uma em cada 10 mulheres com 15 ou mais anos fumava.
Posto isto, é cada vez mais urgente sensibilizar para os problemas associados ao tabaco e se é preciso chocar para inverter hábitos e evitar que se propaguem, o Ministério da Saúde está no caminho certo para fazer ver que “uma princesa não fuma”.
