A fadista, irmã mais nova de Amália Rodrigues, faleceu esta quarta-feira de madrugada no IPO de Lisboa. Celeste Rodrigues tinha 95 anos e a sua morte foi confirmada por um dos netos nas redes sociais.
“É com um enorme peso no coração, que vos dou a notícia da partida da minha Celestinha, da nossa Celeste. Hoje deixou uma vida plena do que quis e sonhou, amou muito e foi amada, mas acima de tudo, foi a pedra basilar da nossa família, da minha mãe, da minha tia, dos meus irmãos, sobrinhos e filhos, somos todos orgulhosamente fruto do ser humano extraordinário que ela foi”, escreveu o realizador Diogo Varela Silva no Facebook.
A artista cantou até ao fim e, por isso, a sua partida acaba por surpreender. Isto porque, apesar da longa idade, era uma mulher cheia de vida e tinha como segredo “não se enervar, e não ser exigente”.
Em abril, a propósito dos 73 anos de carreira numa conversa com a Move Notícias, Celeste assumiu que ainda lhe faltava fazer muita coisa. “Bem, mas também há muita coisa que já fiz a mais. Mas espero ter mais anos para fazer mais. Olhe, o que me falta fazer é mais anos. Quero viver mais”, atirou, na altura, com uma jovialidade que quase a tornava eterna.
Boa comunicadora, considerou ainda que “a casa é um jazigo em vida” e, por isso, gostava pouco de estar fechada, até para a cabeça funcionar. E não era à toa que “às vezes” ficava cinco horas no café conhecido como o “Café da Celeste” a conversar.
Fazer novas amizades era outro dos prazeres de Celeste Rodrigues que, no último ano, entrou mesmo na esfera privada de Madonna, em Lisboa e também em Nova Iorque onde atuou em casa da rainha da Pop – que a apelidava de “lenda viva” – na passagem de ano.
A fadista nasceu no Fundão, na Beira Baixa, nas foi em Lisboa que cresceu e se tornou mulher e uma artista de renome, se bem que só tenha ganho maior notoriedade após a morte de Amália, a irmã.