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Morreu o marinheiro do icónico beijo à enfermeira em Times Square

Morreu George Mendonsa, o marinheiro que foi identificado como sendo o homem que foi fotografado a beijar uma enfermeira na Times Square, em Nova Iorque, na comemoração do fim da Segunda Guerra Mundial.

O protagonista da icónica imagem sofreu este domingo (17) um derrame, depois de cair no asilo onde vivia em Middleton, Rhode Island, informou a sua filha Sharon Molleur ao “Providence Journal”.

A família contou ao jornal norte-americano que o militar caiu, teve uma convulsão e morreu. Estava a dois dias de completar 96 anos.

O marinheiro nasceu em Newport, Rhode Island, numa família piscatória portuguesa. O madeirense Arsénio Mendonça era o seu pai que teve mais 3 filhos: Abel, Hilda, Manuel. George veio ao mundo a 19 de fevereiro de 1923 e foi registado com o apelido familiar adaptado ao inglês, passando de Mendonça para Mendonsa.

Mendonsa que esteve mobilizado no Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial, estava de férias quando a famosa fotografia foi tirada, uma das quatro de Alfred Eisenstadt para a revista Life.

Durante muito tempo garantiu que era o marinheiro da foto, mas isso só foi confirmado recentemente com o uso da tecnologia de reconhecimento facial.

Greta Zimmer Friedman, a mulher da foto, morreu em 2016 aos 92 anos de idade.

Friedman chegou a contar que saiu, naquele 14 de agosto, do consultório dentário onde trabalhava, para comprovar se era realmente verdade a notícia sobre a rendição do Japão. Ao chegar à Times Square, a comemoração foi a resposta. “De repente, um marinheiro agarrou-me. Não foi tanto um beijo, foi mais um ato de celebração: ele não tinha mais que voltar para o Pacífico, na frente onde havia combatido. Tomou-me nos braços porque me viu vestida de enfermeira e estava agradecido a todas as enfermeiras. Não foi algo romântico, mas uma forma de dizer: ‘Graças a Deus a guerra terminou’”, relembrou a mulher beijada mais de 60 anos depois.

Alfred Eisenstadt não perguntou os nomes dos dois estranhos que fotografou enquanto se beijavam. Mais tarde, descreveu que viu como o marinheiro correu pela rua e tomou nos braços a primeira jovem com quem cruzou.

Depois do beijo, cada um foi para o seu lado, sem trocar nomes. Não se viram mais, até se reencontrarem em 2012, no mesmo cenário. Greta diz que nem sabia da existência da foto, até cerca de 20 anos depois, quando viu a imagem num livro de Eisenstaedt. Pediu à Life uma cópia, mas a revista negou, alegando que muitas pessoas já se tinham feito passar pela enfermeira e que eles já teriam localizado a “autêntica”.

Em 1980, a revista fez uma busca sistemática e descobriu que Greta era realmente a rapariga da imagem. Mesmo assim, outras mulheres continuaram a dizer serem a enfermeira beijada.

Foto: Reprodução