A noite de sábado foi para celebrar o regresso de Ângelo Rodrigues à televisão e à vida. Depois de ter sido hospitalizado no dia 26 de agosto com uma grave infeção, de ter ficado quatro dias em coma induzido e de ter passado por sete cirurgias, o ator mostrou na emissão especial d’ ‘O Programa da Cristina’, que está pronto para viver uma “segunda oportunidade”.
“Tive dois meses no hospital em que não tive bem noção das repercussões que o meu caso teve cá fora (…) tem havido uma onda de amor generalizada que eu não estava habituado e ainda não sei bem lidar com isso”, começou por dizer Ângelo Rodrigues que esteve internado no Hospital Garcia de Orta, em Almada e mal se deu conta de que esteve entre a vida e a morte.
Ângelo surgiu na ‘casa da Cristina’ sem muletas, mais magro, mas com o mesmo charme de sempre. Recordou os primeiros sintomas que o levaram ao hospital e de quando começou a sentir que o seu corpo lhe “estava a falhar”. “Comecei a sentir febre, já estava com princípio de anemia, tinha quebras de força mesmo animicamente, alguns vómitos…sentia que alguma coisa não estava bem. Achei que era uma gripe que não estava a passar, porque já tinha tomado alguns antibióticos”, explicou, revelando que esteve com “este quadro clínico assombroso” durante uma semana.
“Obrigado” pelos colegas de trabalho, acabou por ir de urgência para o hospital, onde descobriram que “o quadro clínico estava péssimo”, mas regressou a casa. “Mandaram-me para casa com a minha autorização”, confessou, e a partir daí já pouco se recorda do que aconteceu, tal era o seu estado de saúde: “O corpo colapsou”.
“Nunca na minha vida imaginava que ia ficar em coma, tanto que quando acordei, vi toda a gente triste à minha volta e eu tentava perceber: ‘O que aconteceu? Porque é que estão com essa cara?’. Disseram-me que estive em coma e eu achei que estavam a brincar comigo. Depois explicaram-me que eu tive uma septicemia, portanto uma falência dos meus órgãos vitais, que fez com que eu ficasse numa cama durante dois meses, mas foi muito difícil encaixar isso como verdadeiro”, recordou.
“Estive quatro dias em coma”, continuou, e quando acordou não tinha “noção do que aconteceu”. “O que acontece nestas situações de quase morte, nestas situações traumáticas, o cérebro entra em mecanismo de defesa e de sobrevivência, não me lembro de absolutamente nada desses quatro dias em que estive em coma e dos três dias anteriores”, só agora, “juntando as peças”, Ângelo vai percebendo como tudo aconteceu. “Tive uma amnésia temporária. Ainda estou anestesiado”, admitiu, surpreendendo-se como “foi muito forte” “o impacto” da sua doença “cá fora“.
“Sabia que alguma coisa tinha acontecido com a minha perna, não quis ver. Estive dois meses sem olhar para a minha perna e só no último dia é que tirei as ligaduras e vi de facto as marcas que este acidente trouxe para o meu corpo”, revelou.
“Não foi feita qualquer referência ao que desencadeou a infeção a pedido do próprio Ângelo e por um motivo que será partilhado mais tarde”, explicou Cristina Ferreira nas redes sociais após a entrevista.
Os amigos e família protegeram-no das notícias pouco animadoras que saíam na imprensa e que davam conta das suas sequelas e da eventual necessidade da amputação da sua perna.
A mãe e os irmãos estiveram sempre ao seu lado: “Foi o primeiro esboço de família que tive na minha vida. Foi bonito e comovente porque, de repente, tinha a família em peso, num momento de aperto”. Habituado a dividir casa com amigos, agora voltou ao colo da mãe. “Senti que, pelo facto de estar brutalmente limitado fisicamente, e debilitado, precisava de uma ajuda mais próxima”, mencionou, visivelmente feliz pela proximidade.
Pedro – o amigo de todas as horas – Maria João Abreu, Cecília Henriques e Carolina Carvalho, estiveram em estúdio para o abraçar e Iva Domingues, surpreendeu-o com uma mensagem. “Eu e aqueles que te amam cá estaremos, no primeiro degrau ou no último, sempre para te apoiar. Bem-vindo. É uma nova vida. Gosto muito de ti. Vou gostar sempre muito de ti. Estou muito feliz que estejas de volta”, salientou a ex-namorada.
“Não sei lidar com isto. Só tenho a agradecer. Foi impressionante o carinho que ela teve e o esforço dela de me ir visitar tantas vezes, de me levar comida, de almoçar comigo. Foi muito revelador. Tivemos uma história muito bonita. Pelas circunstâncias da vida, pelos caminhos de cada um, afastamo-nos, mas isso não quer dizer que as pessoas não possam manter uma amizade e o amor”, retribuiu o homenageado que só agora percebe a preocupação de todos e a positividade que foi gerada à sua volta.
“A força indestrutível que eu encontrei algures dentro de mim foi isso que me alimentou”, reconheceu.
No dia 21 de dezembro a SIC vai transmitir um telefilme de “Golpe de Sorte”, e a recuperação do ator também será exibida no mesmo canal.