Morreu esta sexta-feira Júlio Costa, do Trio Odemira. Tinha 85 anos. O músico morreu cinco dias depois do seu irmão Carlos, também do grupo. O Trio Odemira contava com 60 anos de carreira.
A notícia foi avançada à agência Lusa pelo ator Paulo Vasco. “O músico Júlio Costa morreu esta sexta-feira, aos 85 anos, cinco dias depois do seu irmão Carlos. Desaparecem assim, num curto espaço de tempo, os elementos fundadores de um dos mais longevos e sem dúvida profícuos grupos da história da música portuguesa“, disse Paulo Vasco.
O Trio Odemira contava mais de 60 anos de carreira. Formou-se em 1958 e protagonizou êxitos como “Ana Maria” e “Anel de Noivado”, tendo sido o primeiro a gravar em disco temas populares alentejanos, à exceção dos grupos corais, segundo a Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX, que dá como exemplo o ‘single’ “Rio Mira”, de 1958.
Esta enciclopédia indica que o repertório do trio inclui várias canções espanholas e sul-americanas, algumas gravadas em português, temas tradicionais da Beira Baixa e do Alentejo, e versões de canções gravadas por Tony de Matos (1924-1989), Amália Rodrigues (1920-1999) e Max (1918-1980).
O grupo, segundo a enciclopédia, detém recordes de vendas como um Disco de Platina (mais de 140 mil exemplares) e seis Discos de Ouro (mais de 40 mil exemplares, cada). Em 2019, o trio celebou os 60 anos de carreira, com uma atuação no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz. Em setembro de 2016, foi distinguido com Prémio de Mérito e Excelência Cidade de Moura, na área da Música.
Em 2005, o trio editou o álbum “Portugal Latino”, em que interpreta temas portugueses e latino-americanos, na linha que sempre marcou o grupo. No álbum, editado pela Ovação, o trio recupera alguns temas que foram êxitos como “As minhas mãos nas tuas”, “Ala vara del camino” ou “Anel de noivado”.