Francisco Moita Flores, de 69 anos, sofreu um ataque cardíaco no dia 11 de setembro, “já passaram 15 dias“, constatou ontem ao fim do dia nas redes socias, certo de que “a vida passa depressa e, por vezes, regressa lentamente“.
Tudo aconteceu quando, “cheguei à Feira do Livro para começar a minha sessão de autógrafos. Entrei no pavilhão da Leya, bem disposto, que esta Feira é uma Festa, cumprimentei a Francisca, construtora de livros, e…pronto! Acabou-se. Como se fosse atingido por um raio negro de uma trovoada. Sem trovão, silencioso e rápido, como se gostam de apresentar os enfartes mais assassinos“, explicou o escritor e antigo inspetor da PJ.
Acordou dias mais tarde. “Dei por mim, quase uma semana depois, no Hospital de Santa Marta. Espantado ao escutar as histórias que vivi enquanto estava morto“.
“Contaram-me que foi um rebuliço no Parque. Socorristas, médicos que estavam por perto, desataram aos sopapos à morte, espantando-a dali, arrancando-a do meu peito à bruta, mas com precisão. Em Santa Marta, o Professor Fragata e a sua equipa, com a experiência dos sábios, cortaram, costuraram, tiraram daqui e puseram ali, e, por fim declarou: – Está vivo!“, relatou Moita Flores, consciente que passou por um verdadeiro milagre.
“Depois dessa refrega infernal. A coisa vai, meus amigos. A coisa vai“, contou-nos já mais animado, sossegando “todos quantos se preocuparam e quiseram saber“. “E eu resisto. Ainda frágil, mas sabendo que existe mais caminho para andar“, registou.