O romance “O meu irmão”, de Afonso Reis Cabral, é o vencedor do Prémio LeYa de Literatura, no valor de cem mil euros, foi hoje anunciado na sede do grupo editorial. O autor premiado tem 24 anos e, segundo o próprio que esteve presente na cerimónia do anúncio, é trineto do escritor Eça de Queiroz.
O presidente do júri, Manuel Alegre, disse que o livro “trata de um tema delicado que podia suscitar uma visão sentimental vulgar: a relação entre dois irmãos, um deles com Síndroma de Down”.
O júri salientou que a realidade foi “trabalhada de uma forma objetiva e com a violência que estas situações humanas podem desenvolver” e que o romance faz “um retrato social que evita tomadas de decisão fáceis, obrigando a um investimento numa leitura que nos confronta com a dificuldade de um mundo impiedoso”.
Afonso Reis Cabral nasceu em Lisboa, cresceu e estudou no Porto até ao ensino secundário. Em 2005 publicou o livro de poemas “Condensação”, escrito entre os 10 e os 15 anos.
Atualmente a trabalhar na editora Alethêia, o vencedor é licenciado em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Universidade Nova de Lisboa, onde fez também um mestrado de Estudos Portugueses.
Ao Prémio LeYa de Literatura concorreram 361 originais de autores de 14 países.
Além de Manuel Alegre, o júri integrou ainda os escritores Nuno Júdice, Pepetela e José Castello, assim como José Carlos Seabra Pereira, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Lourenço do Rosário, reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário de Maputo, e Rita Chaves, professora da Universidade de São Paulo.
No ano passado, o galardão distinguiu, pela primeira vez, uma mulher, Gabriela Ruivo Trindade, de 43 anos, portuguesa residente no Reino Unido, pelo romance “Uma outra Voz”.
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