Um dos principais nomes da cultura americana, que trabalhou com Frank Sinatra e Michael Jackson, morreu este domingo, 3 de novembro, aos 91 anos. Durante a sua carreira ganhou 28 Grammys, dois Óscares e um Emmy.
A morte de Quincy Jones foi anunciada por Arnold Robinson, assessor de comunicação, que informou que o produtor morreu rodeado de familiares, na sua casa em Bel Air, em Los Angeles. “Com corações cheios, mas partidos, devemos partilhar a notícia do falecimento de nosso pai e irmão Quincy Jones“, disse a família, em um comunicado, acrescentando: “E, embora esta seja uma perda incrível para nossa família, celebramos a grande vida que ele viveu e sabemos que nunca haverá outro como ele“.
Foi no final dos anos 70 que Quincy Jones começou a sua parceria com Michael Jackson, com este já a solo depois de deixar os The Jackson Five, dando início a uma das duplas com mais sucesso no mundo da música. Jones produziu os álbuns “Off The Wall”, “Thriller” (1983) — O álbum vendeu mais de 20 milhões de cópias apenas no ano de lançamento e, desde então, figura entre os discos mais vendidos de todos os tempos.
Antes de trabalhar com Michael Jackson, Quincy Jones colaborou com nomes como Miles Davis, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Peggy Lee e Dinah Washington.
Em 1985 produziu “We Are The World” para o projeto que reuniu dezenas de estrelas da música, para arrecadar fundos para a luta contra a pobreza em África. Lionel Richie, que compôs a faixa com Michael Jackson, classificou Jones como o “mestre orquestrador”.
Além de Michael Jackson e Lionel Richie, a iniciativa teve a participação de artistas como Bob Dylan, Billy Joel, Stevie Wonder, Cindy Lauper e Bruce Springsteen.
Em 2004 produziu o concerto solidário “We Are The Future”, ao lado de Carlos Santana, Alicia Keys, Oprah Winfrey, Angelina Jolie, Evander Holyfield e Chris Tucker, e foi homenageado em 2013 pelo Rock and Roll Hall of Fame, com Oprah Winfrey a ser a responsável pela sua apresentação.
Nascido em Chicago, Quincy Jones citava hinos religiosos que a sua mãe, Sarah Frances, cantava como as suas primeiras memórias musicais. Quando tinha sete anos, a mãe foi internada com diagnóstico de esquizofrenia, e o seu mundo ficou “sem sentido”.
“Existem dois tipos de pessoas: aquelas que têm pais ou cuidadores carinhosos, e aquelas que não têm. Não há nada no meio“, disse numa entrevista a Oprah Winfrey.
Jones passou algum tempo envolvido com gangues de Chicago até começar a tocar piano na casa de um vizinho. Anos depois, estava a tocar trompete, tornando-se amigo de Ray Charles.
No início da década de 1960, já com a carreira estabelecida, Quincy Jones tornou-se vice-presidente da editora Mercury Record. Em 1971 tornou-se o primeiro diretor musical negro de uma cerimónia dos Óscares.
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