Mais de 30% da população portuguesa sofre de síndrome metabólica – um conjunto de factores de risco que predispõem para uma morte prematura. A obesidade, a diabetes e a hipertensão arterial são alguns dos factores que fazem da síndrome metabólica um “cocktail” explosivo em termos de saúde.
O assunto vai estar em debate no Auditório do Centro Investigação Médica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) esta quarta-feira, dia 29, às 11h30, no âmbito do VI Simpósio em Metabolismo da FMUP. A discuti-lo estarão Hercília Guimarães (neonatologista), Manuel Vaz Silva (cardiologista), Nuno Borges (nutricionista) e Davide Carvalho (endocrinologista).
A prevalência da síndrome metabólica tornou-se num problema de saúde pública que tem alarmado a comunidade científica. Associada aos hábitos de vida promovidos pelas sociedades modernas, sobretudo no que se refere ao sedentarismo e aos desequilíbrios alimentares – promove uma série de alterações metabólicas, como resistência à insulina, subida da pressão arterial e dos níveis de triglicerídeos, redução dos níveis do colesterol HDL e obesidade abdominal.
As principais vítimas são homens com mais de 40 anos. No entanto, as mulheres não estão livres da doença, principalmente as que entraram na menopausa e que sofrem, por isso, alterações hormonais significativas.
“A chave do sucesso para o combate à síndrome metabólica é o diagnóstico precoce e a sensibilização do paciente para a importância dos seus hábitos de vida no desenvolvimento da síndrome”, defende Raquel Soares, diretora do Departamento de Bioquímica da FMUP e promotora do evento.
Só assim, sustenta, é possível reverter a instalação das alterações metabólicas cujo impacto pode ser devastador, provocando o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como o enfarte, o acidente vascular cerebral (AVC) e a morte súbita.