O consumo de droga entre a população portuguesa tem vindo a diminuir, mas começam a surgir algumas “tendências preocupantes” ao nível das prevalências e padrões de consumo entre as mulheres e os jovens em geral, avança a agência “Lusa”.
O relatório “A Situação do País em Matérias de Drogas e Toxicodependência 2012” do SICAD revela que entre 2007 e 2012 diminuiu a prevalência de consumo de drogas, mas que simultaneamente aumentaram alguns consumos no grupo feminino, contrariamente ao padrão geral de evolução, o que coloca “novos desafios para o futuro”.
No entanto, as prevalências de consumo ao longo da vida e de consumo recente continuam a ser mais elevadas nos homens e Portugal continua a apresentar prevalências de consumo abaixo dos valores médios europeus.
No âmbito do tratamento da toxicodependência, em 2012, no ambulatório da rede pública estiveram em tratamento 29.062 utentes. Dos que iniciaram tratamento no ano, 4.012 eram utentes readmitidos e 2001 novos utentes, ou seja, que recorreram pela primeira vez às estruturas desta rede (primeiros pedidos de tratamento).
Em 2012, nas redes de tratamento da toxicodependência pública e licenciada, registaram-se 1.571 internamentos em unidades de desabituação, 1.475 dos quais na rede pública e 96 na licenciada.
O número de internamentos em Comunidades Terapêuticas foi de 3.494, dos quais 122 na rede pública e 3.372 na licenciada.
No ambulatório, a heroína continua a ser a substância principal mais referida pelos utentes em tratamento no ano (84%), o que não acontece ao nível dos novos utentes, para quem a cannabis é a substância principal mais referida (38%, face a 34% de referências à heroína).
O relatório aponta ainda para um aumento, sobretudo nos últimos dois anos, das proporções de novos utentes que referem a cannabis e a cocaína como substâncias principais.