O jornal satírico francês “Charlie Hebdo” já vendeu 1,9 milhões de cópias do número especial lançado esta semana e que foi alvo de protesto por muçulmanos em todo o mundo por causa da caricatura do profeta Maomé na capa.
A distribuição foi, no entanto, afetada devido a problemas técnicos, com apenas 230 mil cópias prontas contra a tiragem de milhão de exemplares prevista para este fim de semana, informou a distribuidora MLP (Messageries Lyonnaises de Presse).
A empresa afirmou entretanto que o problema técnico já tinha sido resolvido e que a “distribuição iria ser retomada normalmente na segunda-feira”.
Na quarta e quinta-feira foram vendidos 1,2 milhões de cópias em França. Milhares de exemplares foram comprados por empresas, instituições e associações.
Outras 150 mil cópias estão a ser enviadas para o estrangeiro. A Alemanha é referida como o maior comprador, com MLP a enviar 55 mil cópias até segunda-feira.
A edição do “Charlie Hebdo” lançada na quarta-feira foi o primeiro número desde que dois atacantes invadiram o jornal, a 7 de janeiro, e mataram 12 pessoas, uma ação que justificaram como vingança por anteriores publicações de caricaturas do profeta Maomé – considerado profundamente ofensivo para muitos muçulmanos.
Face à enorme procura, ao contrário da tiragem inicialmente prevista de três milhões de exemplares, a edição número 1178 do “Charlie Hebdo” teve uma tiragem de cinco milhões de cópias, um recorde em França. Até 19 de janeiro, o semanário vai continuar a ser distribuído diariamente nos quiosques franceses.
O primeiro número depois do ataque, o jornal tem na capa uma caricatura de Maomé, de lágrima no olho, segurando uma folha com a frase “Je suis Charlie”, a mesma que foi utilizada por milhões de pessoas que se manifestaram em defesa da liberdade de expressão.