Há quinze dias Pedro “Paquito” Ramalho levou até ao pódio o nome de Portugal, ao vencer o World Jiu-Jitsu Pro em Abu Dhabi, pela Team Manoel Neto. Aos 21 anos, juntou este título ao de campeão Europeu, que conquistou no início do ano. Mas os pensamentos do atleta já estão no campeonato do mundo da Califórnia, nos Estados Unidos, que se realiza no final do ano e o objetivo é “ganhar”.
O Jiu-Jitsu surgiu na vida do jovem quase por acaso, há seis anos. “Comecei a treinar depois de ver um amigo meu, quando assisti aos treinos não me agradou muito, mas depois experimentei gostei muito e nunca mais parei”, contou à Move Notícias, que o encontrou depois de um treino na Academia Work Out, em Matosinhos. Ao fim de quatro aulas, quis entrar numa competição de juvenis: “Fiz só duas lutas e levei uma ‘coça’. Depois continuei a competir, porque gostava”. Quando ganhou o primeiro título, o de campeão Europeu como juvenil, começou a levar a modalidade mais a sério. “Percebi que gostava mesmo do Jiu-Jitsu e que tinha que começar a treinar mais”, recordou.
Atualmente, “Paquito”, como é conhecido dentro do tatame, concilia os treinos com as aulas do terceiro ano de engenharia de materiais, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. “Quando tenho aulas de tarde, tenho treino de Jui-Jitsu de manhã e depois faço preparação física à noite. Depois de terminar o curso gostava de continuar a praticar a modalidade”, revelou.
O atleta, que é faixa roxa, não se deixa “intimidar” pelos adversários e normalmente só quer saber com quem vai competir “no próprio dia”.
Jiu-Jitsu com pouca visibilidade
Manoel Neto é o treinador de “Paquito” há mais de quatro anos e lamenta a pouca visibilidade desta arte marcial japonesa em Portugal, em comparação com outros países do mundo, até mesmo a vizinha Espanha: “O mundo inteiro está com os olhos postos no Jiu-Jitsu, mas em Portugal está um bocadinho atrasado, o que nos dificulta a angariação de patrocínios, por exemplo”. O que está a acontecer é que alguns atletas estão a ir para fora de Portugal, para poder levar a modalidade a sério. “A minha batalha como professor é manter os campeões aqui, é o que estou a tentar fazer com os meus atletas, que são 180 no total. Conseguir apoios, para eles terem condições para ganhar mais títulos”, referiu.
Para o treinador, “Paquito” não se poderia ter portado melhor no campeonato do Mundo: “O Pedro chegou ao campeonato e lutou de frente a frente com atletas muito fortes, e provou que no país há muitos diamantes no Jiu-Jitsu”. Por isso, Manoel Neto prevê um futuro ainda mais promissor para o atleta que está de parabéns dentro e fora de fronteiras.
Fotos: José Gageiro