Sérgio Godinho, 69 anos, e Jorge Palma, 64 anos, já cumpriram quarenta anos de carreira, mas só agora se vão juntar em palco. Os três primeiros concertos, que se realizam hoje, sábado e domingo, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, estão esgotados. Para estes espetáculos, os dois músicos escolheram um repertório de quase 30 temas.
“Era um projeto que vinha sendo adiado e desejado por nós os dois”, disse Sérgio Godinho em entrevista à agência “Lusa”. Os artistas já tinham colaborado em discos, como no tema “Na terra dos sonhos”, no finais dos anos 70, mas nunca tinham realizado um concerto como este.
“Tenho memórias das canções dele antes do 25 de abril (de 1974). Cantei uma música do Sérgio na Dinamarca, tive um convite para ir a uma rádio e cantei ‘Pode alguém ser quem não é’, de um compositor português que não conhecia”, relembrou Jorge Palma.
No entanto, não querem que o espetáculo seja visto como uma coisa saudosista dos êxitos de ambos. “Não temos nada esse espírito e os músicos que nos acompanham são estimulantes. Desfazer preconceitos é uma coisa valiosa”, referiu Sérgio Godinho.
Palma revelou, ainda, que esta reunião não poderia ter acontecido antes por causa do “excesso de álcool”: “Decidi, é importante que se saiba, dar um exemplo de uma pessoa que ao fim de não sei quanto tempo tenha um momento de lucidez”.
Os dois prometem surpreender o público e juntos vão interpretar um tema de Paul Simon. Também haverá uma canção inédita, “Caso fora esse caso”, que Sérgio Godinho escreveu a pensar neste concerto: “Foi uma canção que fiz inspirada num conceito base do nosso encontro que é o conceito de errância da vida que nós tivemos, vagabundas, vivenciais e que nunca deixámos de ter”.
Depois de Sintra, os músicos atuarão em julho ao festival Super Bock Super Rock, em Lisboa.